Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – A lotação dos hospitais particulares em Manaus está pressionando a rede pública de saúde, segundo a Rosemary Pinto, diretora-presidente da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas). Em entrevista on-line na manhã desta segunda-feira, 4, Rosemary afirmou que todas as unidades privadas estão com leitos clínicos e de UTI ocupados.
Monitoramento da FVS mostra que a ocupação de leitos aumentou significativamente no setor público e privado, mas neste último já não há vagas. “Tivemos um crescimento nos últimos 14 dias de 94% de leitos clínicos ocupados na rede pública e de 163% na rede privada. Temos também um crescimento de 59% de necessidade de leitos de UTI na rede pública e 113% na rede privada. Isso quer dizer que na rede privada nós estamos com 100% de ocupação”, disse Rosemary.
Com isso, a demanda sobre a rede estadual cresce. “Todas as unidades privadas estão com seus leitos clínicos e de UTI ocupados. Isso leva a uma pressão adicional sobre o sistema público, uma vez que esses pacientes que não estão tendo acesso na rede privada precisam ser atendidos na rede pública”, afirmou.
O último boletim da FVS mostra que somente neste domingo, 3, foram 163 internações por Covid-19 no Amazonas, sendo 159 apenas em Manaus. Com isso, a capital superou a maior quantidade de internações registrada no pico da pandemia, em abril e maio, que teve no máximo 105 pacientes hospitalizados pela doença.
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No total, são 202.413 casos do novo coronavírus no estado, sendo 83.186 de Manaus (41,10%) e 119.227 nos demais 61 municípios (58,90%).
Até o momento, entre os casos confirmados de Covid-19, há 963 pacientes internados, sendo 591 em leitos (195 na rede privada e 396 na rede pública), 341 em UTI (128 na rede privada e 213 na rede pública) e 31 em sala vermelha, estrutura para estabilização de pacientes críticos/graves para posterior encaminhamento a outros pontos da rede de atenção à saúde.
Há ainda outros 375 internados considerados suspeitos e que aguardam a confirmação do diagnóstico. Desses, 281 estão em leitos clínicos (152 na rede privada e 129 na rede pública), 66 estão em UTI (53 na rede privada e 13 na rede pública) e 28 em sala vermelha.