Da Redação
MANAUS – Logistas de Manaus afetados com a retração das vendas por conta de medidas adotadas pelo governo estadual para conter o avanço do coronavírus (Covid-19) na capital amazonense pedem como medida compensatória a redução ou o parcelamento de impostos e adiamento de contas de energia elétrica.
De acordo com o presidente da CDL Manaus (Câmara de Dirigentes Logistas), Ralph Assayag, 80% do comércio de Manaus está fechado. “O governo tem que tomar algumas medidas para que a gente possa sobreviver e pagar pelo menos o salário dos funcionários. Porque se nós não pagarmos os salários dos funcionários a crise vai ser maior”, afirmou.
Na segunda-feira, 23, o governador Wilson Lima (PSC) decretou calamidade pública no Amazonas e determinou o fechamento do comércio a partir de terça-feira, 24. No dia seguinte ao anúncio, lojas do centro de Manaus abriram suas portas, mas tiveram que fechar após ação de fiscalização da Polícia Militar.
O decreto que fechou o comércio de Manaus virou alvo de discussão entre representantes da CDL Manaus e secretários estaduais, que em reunião na terça-feira decidiram quais são as atividades essenciais que devem manter o funcionamento na capital amazonense durante o período de quarentena.
No mesmo dia, o governador Wilson Lima assinou o Decreto nº 42.106/2020 que flexibiliza o comércio em Manaus, abrindo exceção para atividades essenciais, como supermercados, distribuidoras de água e gás, padarias e bancos. Para Assayag, “o governador está fazendo o certo”.
Mesmo com a reabertura de parte do comércio de Manaus, lojas ainda deverão enfrentar a retração das vendas causada pela baixa movimentação de pessoas na capital amazonense.
Entre as medidas citadas pelo presidente da CDL Manaus estão a redução ou parcelamento de impostos e de contas de energia elétrica. “Eles tem que fazer ações, de reduções, de parcelar, de fazer alguma coisa com a segunda maior despesa que nós temos que são os impostos. Está todo mundo reduzindo, fechando, desligando para tentar sobreviver”, afirmou Assayag.
Apesar de a suspensão do pagamento de impostos ser medida compensatória viável para os lojistas, Assayag afirma que “o governo não tem condições”, senão quebra. “Nos impostos, se parar total, o Estado a União quebra. Então, nós temos que arranjar maneiras de tentar estabilizar e quem tem que fazer isso é o governo federal junto com o estadual”, afirmou.
Além disso, segundo o presidente da CDL Manaus, medidas tomadas pelo Governo Federal estão ajudando, mas o problema maior “é saber quanto tempo cada um aguenta”. “Cada um tem um caixa diferente”, disse.
De acordo com o presidente da CDL Manaus, nesse momento, a preocupação é com o pagamento dos funcionários no final do mês. “Se não (pagarem), o problema fica maior porque eles não vão ter como pagar a alimentação. Estamos pedindo que paguem, segurem, não demitem”, afirmou.
Procurada pela reportagem, a Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda do Amazonas) informou que está mantendo contato com as secretarias de fazenda de outros estados em busca solução conjunta no âmbito do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) e Consefaz (Consórcio Nacional de Secretarias de Fazenda) para compensar as perdas com a retração nas vendas.