MANAUS – Especialistas e palpiteiros passaram a defender nos últimos dias a decretação de um lockdown nacional no Brasil. A medida é desnecessária e pouco eficaz em algumas regiões que não estão com o sistema de saúde comprometido pela pandemia do novo coronavírus.
Um exemplo é o Estado do Amazonas, que adotou medidas mais duras de restrição de circulação, mas abrandou conforme caiu o número de casos e de mortes pela Covid-19.
Na primeira e na segunda onda da Covid-19, quando mais pessoas foram infectadas e morreram, o Amazonas e, principalmente, a cidade de Manaus, foram os primeiros a chamar a atenção do País. Depois, a pandemia avançou pelas regiões centro-oeste, sudeste e sul.
A adoção de medidas de restrição pelos governadores ainda é a melhor alternativa, sem negar a importância das decisões de prefeitos.
O caso do município de Araraquara passou a ser usado como exemplo de medida positiva pelos resultados animadores. Lá, o prefeito suspendeu todas as atividades, inclusive o transporte público por duas semanas, e conseguiu reduzir significativamente a onda de contaminação.
Em Estados como o Amazonas, onde a doença se concentrou mais na capital e municípios com maior fluxo de pessoas, um lockdown estadual é visto com medida extremada pelos municípios onde a doença está relativamente controlada.
Manaus, por exemplo, comparado com a situação de janeiro deste ano, quando o sistema de saúde entrou em colapso, não teria necessidade de adotar um novo lockdown.
Nesse quesito, os próprios especialistas se dividem entre aqueles que defendem a medida de restrição nacional e aqueles que querem medidas pontuais, de acordo com a necessidade de cada entre federativo.
O pensamento defendido pelo segundo grupo é muito mais sensato e racional. Um lockdown nacional abriria um flanco para os contrários a qualquer medida de restrição disparar suas armas, em caso de fracasso.