Por Saadya Jezine, especial para o AMAZONAS ATUAL
MANAUS – Laudo da Vigilância Sanitária de Benjamin Constant atesta a presença de coliformes fecais na água do Campus da Universidade Federal do Amazonas, no município. A coleta foi realizada depois que um grupo de alunos foi até a Vigilância denunciar a presente situação. O laudo foi expedido dia 8 deste mês e encaminhado a direção do Campus, que documentou ciência no dia 11 do mesmo mês. No entanto, a Universidade alega que o laudo está incompleto e solicita novas amostras com parecer mais detalhado para novas providências.
No presente documento consta que a coleta ocorreu em quatro localidades dentro do Campus – cavalete (torneira exposta), pia do café e captação (açude da Ufam), e bebedouro. Dos quatro locais onde foram realizados os testes, apenas no bebedouro não foi encontrado a presença de coliformes fecais, nos três demais, sim. “No bebedouro utilizamos água de garrafões, por esse motivo não foi encontrado”, justifica Jose Bezerra, coordenador administrativo do Campus de Benjamin.
O coordenador afirmou que após conhecimento do laudo, a diretoria do Campus, composta por auditor, coordenador, supervisor técnico de gerenciamento, entre outros profissionais, se reuniu para solucionar a situação o mais breve possível. “O que conseguimos fazer até agora foi apenas a limpeza dos tanques”, afirma. Jose Bezerra disse que técnicos se disponibilizaram fazer uma análise mais detalhada da água, mas a Universidade está sem reagentes.
Segundo Jose Bezerra, o laudo da Vigilância está incompleto. “Não consta a quantidade de coliformes fecais. Com isso, não sabemos os danos reais para a saúde”, afirma. De acordo com o coordenador, um novo laudo, contendo o volume de coliformes fecais em cada amostra foi solicitado a Vigilância Sanitária, que deverá se manifestar nos próximos dias.
“É uma situação antiga. Professores, alunos e funcionários já registraram problema de saúde, provavelmente em decorrência dessa água que utilizamos para escovar os dentes, por exemplo”, afirma a professora da Unidade que preferiu não se identificar. O coordenador afirma que algumas torneiras que foram coletadas amostras realmente servem para essa finalidade, mas reafirma que atitudes foram tomadas para resolver a situação o mais breve possível.
José Alcimar, presidente da Adua (Associação dos Docentes da Ufam), informou que a organização teve reuniões com representantes de outras sedes da Universidade e que a situação de Benjamin foi manifestada entre os encontros. “Encaminhamos um documento a Reitoria nesta quarta (27) e estamos aguardando retorno”, afirma. A reitoria da Universidade Federal do Amazonas informou que ainda não tomou conhecimento do teor do documento e que necessita de mais informações para emitir parecer fundamentado sobre o assunto. A despeito disso, em atenção ao cuidado com o bem estar da comunidade acadêmica, a universidade informou que a água utilizada para consumo no Instituto de Natureza e Cultura (INC), em Benjamin Constant, é adquirida por meio de empresa fornecedora de água mineral.