Por Henderson Martins/Da Redação
MANAUS – A juíza Ana Paula Serizawa Silva Podedworny, da 4ª Vara Criminal da Justiça Federal, prorrogou a prisão temporária do advogado Lino José de Souza Chíxaro, de Jader Helker Pinto, Jonathan Queiroz da Silva e Marco Antônio de Jesus Barbosa. Eles foram presos na quinta-feira, 11, na Operação Cashback, quarta etapa da Operação Maus Caminhos, que investiga esquema de fraudes na saúde pública do Amazonas. Serizawa já havia prorrogado também a do empresário Murad Abdel Aziz, irmão do senador Omar Aziz (PSD).
Na investigação, a Polícia Federal identificou a existência de um esquema de fraudes e a prática dos crimes de peculato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro envolvendo o INC (Instituto Novos Caminhos). No domingo, 14, a desembargadora do 1º Tribunal Regional Federal, Maria do Carmo, concedeu habeas corpus e liberou outros quatro presos na operação. São eles: Luiz Barreto Becil, Sérgio Roberto Melo Bringel, Yuri Ferreira Sabá e Wecyscley Acedo de Oliveira. A PF investiga o desvio de mais de R$ 140 milhões em verbas da Susam (Secretaria de Estado de Saúde do Estado do Amazonas).
As investigações, segundo a PF, mostraram que a ação criminosa envolvia tanto os empresários que foram cooptados pelo esquema para ganhar serviços que não eram prestados, ou parcialmente prestados com superfaturamento, quanto pelos diretores e gestores da organização social, que ganhavam pelos desvios praticados por suas próprias empresas como também pelas devoluções de dinheiro dos empresários.
De acordo com a PF, o advogado Lino Chíxaro é suspeito de receber dinheiro do grupo criminoso. “A atuação do advogado fugia ao exercício próprio da advocacia, pois desenvolvia outras e relevantes funções para os interesses da organização criminosa, em especial, para Mouhamad (Moustafa, considerado o líder do esquema), com o qual tinha (a ainda possui) forte relacionamento pessoal”, diz a PF em relatório da operação.
A PF informou que a forte influência política do advogado nos mais diversos órgãos e poderes do Estado do Amazonas assegurava à organização criminosa diversas vantagens ilícitas, desde informações privilegiadas sobre ações estratégicas do governo, sobre eventuais investigações ou apurações em andamento ou a serem instauradas nos âmbitos criminais e administrativos, inclusive, de órgãos externos ao Executivo, participava e também executava entregas de propinas para agentes públicos, elaborava estratégias políticas (corrupção, tráfico de influência etc.) para obstaculizar as fiscalizações deflagradas pela CGU (Controladoria-Geral da União).