Da Redação
MANAUS – A Justiça do Amazonas negou pedido de prisão domiciliar feito pelos advogados de Lucas Lima, 34 anos, um dos três acusados pela morte do indígena Melquisequede Santos do Vale. O rapaz foi assassinado no dia 16 de dezembro do ano passado durante assalto ao ônibus do transporte público de passageiros da linha 444, na zona norte de Manaus.
Na decisão, a juíza Andréa Jane Silva de Medeiros não aceitou os argumentos. “O simples fato de ter se tornado pai em recente data não o credencia, automaticamente, para a prisão domiciliar, não estando comprovado nos autos que ele é o único esteio da criança”.
Lucas Lima foi preso um mês depois, no bairro da Cachoeirinha, na zona sul de Manaus. O pedido da defesa se fundamentou na recente paternidade de Lucas e que um dos seus três filhos sofreu acidente e precisa de acompanhamento, elementos que justificariam a liberdade provisória.
Pesa contra Lucas o envolvimento em outros delitos, conforme afirma a juíza. “Os documentos juntados pela polícia quando da representação pela prisão preventiva mostram outros envolvimentos em figuras graves, denotando que nem a paternidade da qual pretende se socorrer no momento para se ver livre, foi capaz de afastá-lo da seara delitiva”.
Andréa Jane defende que a manutenção da prisão do acusado é importante para “garantia da ordem pública” em razão do perigo representado em caso de concessão da liberdade. “Embora não tenha sido o requerente quem disparou contra a vítima fatal, está claro que ele consorciou-se com pessoas armadas e assumiu o risco do resultado mais gravoso, demonstrando destemor e periculosidade acima da média, estando evidenciado que a prisão se recomenda no caso para garantia da ordem pública, como já anotado em decisões anteriores”.