A instabilidade política no município de Coari está longe do fim. A posse do prefeito Raimundo Magalhães, na semana passada, só acirrou a disputa entre os grupos que disputam o poder no município que tem o maior orçamento entre as cidades do interior do Amazonas. Nesta quinta-feira, surgiu uma “denúncia” de que Magalhães negociou a venda de uma secretaria a um empresário e o arrendamento dos postos de combustíveis de propriedade dele para vender os produtos à prefeitura. Magalhães contesta e promete pedir investigação do que chama de farsa. Por traz dessa disputa está o julgamento do processo pendente de julgamento no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas em que a coligação do ex-prefeito Adail Pinheiro pede a anulação dos votos do terceiro colocado. Ocorrendo tal anulação, Magalhães perde o cargo e Coari terá uma nova eleição para prefeito. É tudo que o grupo de Adail Pinheiro quer. E a estratégia de desqualificar os adversários tem o propósito de enfraquecê-lo para uma eventual disputa nas urnas. Adail Pinheiro quer o filho dele, Adail José Figueiredo candidato a prefeito. E o grupo já está em campanha.
Registro em cartório?
Chama atenção nas imagens captadas de um celular com a alegada conversa de Magalhães com o empresário um carimbo de um cartório. Quem o fez quis dar veracidade à denúncia, o que aumentam ainda mais as suspeitas. Para dar veracidade era importante que o documento de registro em cartório também fosse publicado para que os interessados no assunto soubessem quem a registrou.
Erro de Magalhães
Um dos erros de Raimundo Magalhães, ao assumir a prefeitura de Coari, foi nomear a mulher dele, Eliete Melo Cameli Magalhães, secretária de Desenvolvimento Social. Em um clima de guerra como o que se instalou no município, qualquer vacilo vira combustível para os adversários. A justificativa de que ela não receberá salário não minimiza o malfeito. Ela é ordenadora de despesa e foi nomeada para um cargo político.
Elias no limite
O líder do prefeito na CMM, Elias Emanuel, que ficou sem partido depois de expulso pelo PSB, foi orientado a entregar o cargo a Arthur Virgílio Neto (PSDB) se ele não chamar a liderança do partido para uma conversa. O PSB é aliado, mas tenta tirar o mandato do líder do prefeito. O pedido a Arthur para intermediar o diálogo com o partido seria a última arma de baixo calibre que Elias usaria contra Marcelo Serafim e a direção da legenda, antes de partir para o armamento pesado. Neste caso, ele precisaria deixar a liderança para não constranger o prefeito.
Liderança ameaçada
Aliados de Elias Emanuel avaliam que a sanha da direção do PSB tem pouco a ver com a eleição para a Mesa Diretora, quando o vereador desobedeceu orientação do partido e não votou no candidato da legenda, Marcelo Serafim. O motivo seria a eleição do ano que vem. Elias certamente teria mais votos que os companheiros e seria uma ameaça a Marcelo Serafim no comando do PSB, que no Amazonas é um partido familiar, como é o PSDB.
Tem que tirar toda essa corja do Adail Pinheiro. O povo de Coari tem que se reunir e tirar esses políticos pilantras de lá.