Por Valéria Costa, da Redação
MANAUS – O governador José Melo (Pros) promete se reunir na próxima quinta-feira, 22, com todas as categorias do funcionalismo público para apresentar um balanço sobre a realidade das finanças do Estado e explicar o porquê de não conceder os reajustes salariais reivindicados. Mas, enquanto isso não acontece, crescem as manifestações e protestos dos servidores de várias categorias .
Nesta quinta-feira, 15, por exemplo, é o segundo dia de greve de soldados e cabos da Polícia Militar e de policiais civis do Estado, em que pelo menos 300 pessoas estão “aquarteladas” desde o início desta manhã na sede da Associação de Cabos e Soldados (ACS), na avenida Torquato Tapajós, aguardando um contato do governador José Melo para negociarem.
Ao mesmo tempo em que praças e soldados da Polícia Militar e escrivães e investigadores da Polícia Civil estão em greve, professores da rede pública de ensino realizam protesto nesta manhã, no Centro de Manaus, para reivindicar o pagamento da data-base da categoria que está atrasado desde março. Os professores, liderados pela Associação Movimento de Luta dos Professores de Manaus (Asprom) fecharam o cruzamento das avenidas Sete de Setembro e Getúlio Vargas para chamar a atenção da sociedade manauense sobre os problemas enfrentados pelos professores do Estado e do município. O ato também faz parte das atividades do grupo por conta do dia do Professor, comemorado nesta quinta.
Greve
O presidente da Associação dos Praças do Estado do Amazonas (Apeam), Gerson Feitoza, disse ao AMAZONAS ATUAL que a greve continua e que eles mudaram o local de concentração da Assembleia Legislativa do Estado – onde acamparam na quarta-feira, 14 – para a sede da Associação de Cabos por uma questão de logística e de acomodação, já que na Assembleia iriam enfrentar os efeitos do clima e não teriam como acomodar-se direito. Conforme Gerson, informações repassadas pelo Ciops levando em consideração o plantão policial noturno desta quarta-feira, 70% do policiamento na capital e interior aderiu ao movimento.
O dirigente disse ainda que está sendo esperado para o final da tarde desta quinta-feira a chegada de detetives que atuam nos municípios da região metropolitana de Manaus que deverão aderir à greve. Entre os 300 policiais civis e militares que estão “aquartelados” neste momento na Associação de Cabos e Soldados, Gerson Feitoza afirmou que 50 são da Polícia Civil, entre escrivães e investigadores. Ele disse ainda que os delegados da Polícia Civil estão a ponto de paralisarem também suas atividades.
Feitoza frisou que as reivindicações dos praças não são pelo reajuste salarial como o governo vem falando. “Isso é uma inverdade. O que queremos é que seja aplicada a nossa lei de promoções e nossa data-base. Além disso, estamos há 3 anos sem receber fardamento, nossa alimentação é precária e a aplicação do nosso código de ética”, disse o soldado da PM.
De acordo com Gerson Feitoza, na noite desta quarta-feira foi sinalizado que José Melo iria conversar com a categoria nesta quinta-feira. Entretanto, a informação não foi confirmada.
Ilegal
Durante entrevista coletiva, nesta manhã, o secretário de Segurança do Estado, Sérgio Fontes, afirmou que a greve dos policiais militares é ilegal e criticou a atitude dos soldados e praças. Fontes afirmou que essa manifestação dos militares já estava programada, como num script, haja vista que eles foram avisados anteriormente de que não seriam atendidos com as promoções e a data-base por conta do cenário de crise econômica que afeta o Estado e o país.
Mais cedo, em outra entrevista á rádio Tiradentes, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel James Frota, afirmou que esses atos dos praças e soldados serão apurados e que um procedimento administrativo interno deve ser aberto na instituição.