Por Iolanda Ventura e Jullie Pereira, da Redação
MANAUS – Resistência de parte dos professores em retonar às aulas presenciais em Manaus gera impasse e ‘guerra’ de versões entre sindicato da categoria e a Seduc (Secretaria de Educação do Amazonas). O mais recente caso envolvento o conflito de interesses ocorreu nessa quarta-feira, 2, quando um grupo de trabalhadores acampou na sede da Secretaria no bairro Japiim, zona sul de Manaus.
A intenção é pressionar por uma reunião com o secretário Luis Fabian Barbosa. Na manhã desta quinta-feira, 3, o grupo pediu novamente a suspensão das aulas presenciais. Os professores disseram que foram proibidos de ter acesso à água e aos banheiros no prédio. Em nota, Luís Fabian nega e disse que os professores depredaram a sede da Secretaria.
Os professores da diretoria do Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas) chegaram à Seduc na manhã de quarta. Às 17h, o expediente foi encerrado e parte da diretoria do sindicato passou a noite no prédio. Outro grupo ficou em frente à Seduc em vigília.
A diretora do Sinteam, Angélica Dias, 42, disse que não conseguiram acesso aos banheiros, água e que a energia foi desligada. “Quando foi final da tarde desligaram o ar condicionado, energia, o acesso à água, tudo”, disse.
Segundo ela, no final da noite conseguiram levar um médico e alimentos aos professores que estavam dentro da Seduc. “Às 23h30 conseguimos negociar para levar comida e um médico”, disse Angélica Dias. “Foram atendidos. Eram duas pessoas com comorbidades, inclusive a professora Ana Cristina (presidente do Sinteam)”, disse.
Ana Cristina não confirmou se tem cormobidade. “Aqui já estamos com mais de 24 horas nos mantendo firmes. Já sofremos muita pressão psicológica. Já sofremos até em algum momento uma certa pressão física”, disse.
Em nota, o secretário Luis Fabian rebateu o Sinteam e disse que não há professores presos ou maltratados dentro da Seduc. Segundo Fabian, todos os profissionais permaneceram no órgão por livre e espontânea vontade mesmo após o término do expediente e cientes dos procedimentos de segurança do prédio.
“Ao término do expediente da quarta-feira, 2, às 17h, foi informado ao grupo que o prédio seria fechado e que não seria permitida a entrada de terceiros. Mesmo cientes do fechamento do prédio, o grupo decidiu continuar no local”, disse.
Os professores alegam que alarmes dispararam na tentativa de expulsar os manifestantes do local. Em resposta, o secretário disse que o procedimento de segurança comum do órgão inclui a ativação dos alarmes, como é feito diariamente, após a saída dos servidores, e que durante toda a noite a Seduc manteve as portas abertas, sem qualquer impedimento para saída.
“Após o término do expediente não é permitida a entrada do público externo, o que também foi informado aos sindicalistas. Ainda assim a Secretaria autorizou a entrada de um médico e de um advogado, atendendo um pedido do grupo”, disse.
A Polícia Militar foi acionada e permanece no local.
(Colaborou Murilo Rodrigues)