Da Redação
MANAUS – Classificados por cores, pacientes recebem atendimento médico conforme a gravidade da doença nos hospitais da rede pública do Amazonas. Para as classificações azul e verde, que não são atendimentos de urgência e emergência, o atendimento é feito pelo Consultório de Atendimento Rápido (Fast Track). Nessa modalidade, o paciente é atendido pelo médico no consultório, é medicado e, tendo a situação resolvida, liberado sem ter que acessar corredores e as áreas de internação.
Essa é uma das medidas adotadas pela Secretaria de Saúde do estado para reduzir o tempo de atendimento e internação de pacientes. Outra é a realização de cirurgias eletivas à noite. As ações ocorrem nos hospitais e prontos-socorros João Lúcio Machado, Platão Araújo e 28 de Agosto.
Pacientes com classificação de risco amarelo e laranja são encaminhados à Unidade de Decisão Clínica onde devem permanecer em leito de observação por um tempo médio de três horas e não pode ser superior a oito horas. É o tempo para a realização de exames e avaliação médica sobre a necessidade ou não de internação.
Já a Unidade de Curta Permanência é para o paciente que precisar ficar mais tempo para uma melhor investigação do caso. Nesse espaço, o tempo de internação não deve ser superior a três dias, devendo o paciente seguir para alta ou internação nos andares superiores. Os novos protocolos resultam em corredores cada vez mais vazios.
As ações foram adotadas no Programa Saúde Amazonas com consultoria do Hospital Sírio Libanês. Com maior eficiência nos procedimentos, o governo espera reduzir o tempo dos pacientes nas unidades de saúde.
O quadro dos pacientes é sinalizado pelas cores verde (até 24 horas), amarelo (de 24 a 48 horas) e vermelho (acima de 48 horas).
“A intenção é que o atendimento seja dado em tempo hábil e que o paciente não fique aqui por tanto tempo aguardando uma cirurgia, um exame, um procedimento para ter o seu caso solucionado. O resultado hoje é zero maca no corredor e um giro maior de leitos, podendo atender mais pessoas num menor espaço de tempo”, disse a diretora do Platão Araújo, Aída Cristina Tapajós.
O ortopedista Wellmon Lima de Souza disse que a unidade reduziu em mais da metade o número de pacientes internados aguardando cirurgia. “Nosso hospital, há um mês, chegou a ter 85 pacientes internados aguardando cirurgia ortopédica. Em três semanas, caímos para 32”.
Em 20 dias do Plano Giro de Leitos, foram realizados 205 procedimentos cirúrgicos no período noturno nos três hospitais.
Os prontos-socorros agora também possuem a Sala de Alta. O espaço é reservado aos pacientes que, mesmo de alta médica, precisavam ficar no leito, aguardando a família providenciar a ida para casa.
Essa espera acabava bloqueando os leitos por até um dia por pacientes que não precisavam mais de atendimento, contribuindo para a superlotação das salas de emergência.
Segundo a Secretaria de Saúde, esse modelo é inspirado na indústria que adota procedimentos para aumentar a produtividade e otimizar a gestão de trabalho.