Por Felipe Campinas e Alessandra Taveira, da Redação
MANAUS – O delegado Ricardo Cunha, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros, disse nesta terça-feira (23) que Silas Ferreira da Silva, de 26 anos, recebeu R$ 65 mil pelo homicídio do sargento do Exército Lucas Ramon Silva Guimarães, de 29 anos, em setembro deste ano. O suspeito foi preso pela Polícia Civil do Amazonas na noite de segunda-feira (22).
O homicídio ocorreu no dia 1º de setembro deste ano em uma cafeteria de propriedade de Lucas Guimarães, no bairro Praça 14 de Janeiro, zona sul de Manaus. Na ocasião, o sargento do Exército foi executado a tiros. Imagens das câmeras de segurança do local registraram os disparos.
De acordo com Ricardo Cunha, Silas havia acabado de deixar a cadeia quando foi procurado por uma pessoa que atuou como intermediária e que ainda não foi identificada. Segundo o delegado, o suspeito disse que recebeu material e o dinheiro prometido no dia do homicídio.
“Ele informou que recebeu esse valor de R$ 65 mil para o cometimento desse crime. Tanto o veículo quanto a arma do crime, até sua vestimenta, tênis, segundo ele, foi dado por essa pessoa. Ele passou seus tamanhos para essa pessoa, que foi atrás do material e o entregou tudo isso no dia do crime”, disse Cunha.
O delegado disse que as investigações ainda não identificaram quem foi o intermediário. “Isso a gente não pode comentar nesse momento. Isso ainda está sendo investigado, mas logo a gente vai dar uma resposta também em relação a essa pessoa para vocês [jornalistas]”, disse o delegado.
Cunha evitou falar sobre o suposto envolvimento de Joabson Agostinho Gomes e Jordana Azevedo Freire, donos do Supermercado Vitória, que foram presos em setembro por suspeita de serem os mandantes do crime. A prisão deles foi pedida pela delegada Marna de Miranda, que estava a frente do caso, mas foi substituída em outubro. Ela afirmou que Lucas mantinha uma relação extraconjugal com Jordana.
“As investigações estão em andamento para a gente conseguir fazer a ligação desse executor com possíveis mandantes do crime, uma vez que ele já declarou que foi pago para o cometimento deste delito”, afirmou o delegado.
O casal foi liberado no início deste mês após decisão do ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Prisão
Ricardo Cunha disse que o suspeito foi preso na casa da mãe dele, no bairro Colônia Antônio Aleixo, na zona leste de Manaus. Conforme Cunha, o homem não tinha uma moradia fixa, mas costumava visitar a casa da mãe para se alimentar.
O delegado disse que Silas tem dez passagens pela polícia por roubo e tráfico de drogas, mas não soube dizer sobre envolvimento em homicídios. “Acredito que sim, mas não entramos ainda nesse detalhe, pois o crime atual é muito complexo”.
O delegado afirmou que a polícia chegou até o suspeito “através da própria investigação que já dura três meses” e “com muito material levantado”. Segundo ele, a recompensa ofertada pela família de Lucas Guimarães ajudou na apuração, mas a localização do suspeito “não foi por causa da recompensa”. Ele disse que a oferta do prêmio foi “um auxílio às investigações”.
Ainda conforme o delegado, “a própria perícia já dá um norte” de que Silas foi o autor do homicídio de Lucas Guimarães. “A altura, tamanhos faciais, sobrancelhas e outros elementos que foram cooptados no decorrer das investigações”.
De acordo como delegado, o homem disse que usou o dinheiro para comprar uma motocicleta no valor de R$ 5 mil e para festas, bebidas e drogas.
(Colaborou Murilo Rodrigues)