Da Redação, com informações da assessoria do TJAM
MANAUS – O delegado Gustavo Sotero, réu por assassinato do advogado Wilson Justo Filho em uma casa de show na zona oeste de Manaus no dia 25 de novembro de 2017, afirmou no terceiro dia de julgamento, nessa sexta-feira, 28, que não considera verdadeira as acusações (de assassinato) contra ele e disse que reagiu a “agressão violenta” do advogado – Justo Filho deu um soco no delegado e foi morto a tiros por Sotero.
“Eu fui agredido violentamente. Infelizmente, eu não queria isso, ter que reagir a essa injusta agressão, nesse dia tão triste”, afirmou, e depois suspirou ao microfone. O terceiro dia de julgamento começou por volta de 8h50 no Fórum Ministro Henoch Reis, zona centro-sul de Manaus.
Além do homicídio de Wilson Justo Filho, Sotero responde à acusação de tentativa de homicídio contra Fabíola Rodrigues Pinto de Oliveira (viúva de Wilson), Maurício Carvalho Rocha e Yuri José Paiva Dácio de Souza.
O Conselho de Sentença é formado por sete jurados (5 homens e duas mulheres). O Ministério Público do Estado do Amazonas está representado pelo promotor de justiça George Pestana. A defesa do réu está sendo feita pelo advogado Cláudio Dalledone.
Segundo dia
Na quinta-feira, 28, no segundo dia do julgamento, foram ouvidas seis testemunhas indicadas pela acusação e defesa e peritos judiciais. As audiências começaram por volta de 8h40 e terminaram às 23h.
O primeiro a ser ouvido foi um policial militar da equipe que atendeu a ocorrência na madrugada do dia 25 de novembro de 2017. Em seguida, foi ouvida uma mulher que estava entre os frequentadores da casa de show na noite do crime (tanto ela quanto o policial do primeiro depoimento optaram por ser ouvidos sem a presença do acusado e ele foi retirado do plenário).
Às 9h30, começou a ser ouvida a terceira testemunha: um funcionário da casa de show onde ocorreu o crime. Nesse momento, o réu foi autorizado a retornar ao plenário. Finalizando a lista de testemunhas arroladas pela acusação, foi ouvido um amigo de Wilson que estava na casa de show com ele no dia do crime. Foi a mais longa inquirição do período da manhã.
Às 12h20 começaram a ser ouvidas as testemunhas chamadas pela defesa. A primeira foi o delegado da Polícia Civil Alessandro Albino, que na data do crime estava como delegado supervisor e que participou do procedimento de lavratura do flagrante do réu, no 9º Distrito Integrado de Polícia (DIP).
Ás 13h49 a sessão foi suspensa para o almoço. Retomada às 13h30, a sessão prosseguiu com a oitiva de testemunhas de defesa, desta vez um investigador da Polícia Civil, amigo do réu. Posteriormente, foram exibidos os depoimentos de testemunhas arroladas que residem fora de Manaus.
Peritos
Eram 16h58 quando o juiz Celso Souza de Paula anunciou que os assistentes técnicos (peritos) – primeiro da defesa e, em seguida, da acusação – passariam a responder aos questionamentos. O primeiro a falar foi o assistente técnico da acusação, Ricardo Molina, que começou respondendo as perguntas do promotor George Pestana.
Às 17h30, em virtude da falta de entendimento entre os representantes da acusação e da defesa – que questionaram a metodologia adotada para a explanação do perito -, impediu a evolução da oitiva de Molina. O juiz Celso Souza de Paula determinou a suspensão temporária da sessão.
Houve uma reunião reservada entre o juiz e os representantes da defesa e da acusação e, quinze minutos depois, os trabalhos foram retomados. A oitiva durou mais duas horas e meia, incluindo os questionamentos feitos pelos advogados assistentes da acusação e pelo advogado de defesa Cláudio Dalledone e seus assistentes.
Após um rápido intervalo, foi a vez da explanação da assistente técnica da defesa, perita Jussara Joeckel, que teve início às 20h51. Jussara respondeu primeiramente, por pouco mais de uma hora, as perguntas do advogado Cláudio Dalledone. Em seguida, a perita passou a ser questionada pelos advogados assistentes assistentes da acusação.