Matéria começa com a história de uma criança que morreu por falta de transporte porque avião estava sendo usado para uma festa

MANAUS – O programa Fantástico, da Rede Globo, apresentou, deste domingo, na terceira reportagem sobre denúncias envolvendo o prefeito de Coari, Adail Pinheiro, gravações da Polícia Federal em que uma diretora de hospital solicita passagens para um médico e um bebê que nasceu cardiopata, e tem o pedido negado por Haroldo Portela, ex-assessor de Adail. De acordo com a conversa exibida no programa, Haroldo afirma que o avião estava lotado e transportando pessoas para uma festa, que seriam convidados do prefeito. A criança, de acordo com o Fantástico, morreu três dias depois da gravação feita em 2007.
A reportagem também afirma que o avião também era usado para encontros de Adail com jovens e adolescentes que eram aliciadas por funcionários da prefeitura para serem exploradas sexualmente. A informação é confirmada pela procuradora da República Juliana Câmara, que aparece duas vezes na reportagem.
Uma gravação do ex-secretário de Administração Adriano Salan confirma que o grupo usava aviões para transportar meninas. No diálogo que mantém com uma pessoa identificada como aliciador pelo Fantástico, ele diz que vai disponibilizar uma aeronave para leva-las de Manaus a Coari, só para encontros sexuais.
A reportagem também informa sobre o depoimento que Adail Pinheiro prestou ao Ministério Público do Estado do Amazonas na semana passada, em que negou conhecer a ação dos aliciadores e funcionários da Prefeitura de Coari para explorar sexualmente crianças e adolescentes.
O depoimento de Adail é confrontado com outras gravações da PF feitas na Operação Vorax, deflagrada em 2008, em que ele mesmo negocia com a ex-secretária de Ação Social, Maria Lândia, encontros com meninas menores de idade.
O Fantástico também entrevistou uma menina que foi tratada em gravações telefônica de Adriano Salan e um aliciador como “projetinho”. Ela era modelo e tinha 15 anos. Foi levada a Coari pela Agência Mega Models para recepcionar artistas em uma festa, mas acabou no camarote de um barco com o prefeito. Ela afirma que o ato sexual não chegou a ser consumado porque ela se recusou. “Bom, ele, como ele percebeu e eu falei também o tempo todo o nome dos meus pais, a minha família, que eu não precisava disso, que eu tava achando estranha a situação, eu acho que ele percebeu que eu não era garota de programa ou que não tinha nada a ver aquilo comigo”.
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