Por Feifiane Ramos, do ATUAL
MANAUS — Candidato a prefeito de Manaus, o professor Gilberto Vasconcelos (PSTU) afirmou que o crescimento da extrema-direita no Brasil é resultado de “traição da esquerda”. Segundo Vasconcelos, partidos e lideranças de esquerda falharam em representar adequadamente os interesses da classe trabalhadora.
“Foi a traição da esquerda, não tem outra palavra. A esquerda para representar corretamente a classe trabalhadora, da maneira como é, tem que ser coerente, ela tem que ser democrática”, declarou o candidato em entrevista nesta terça-feira (3) ao Grupo dos Seis, formado pelos sites AMAZONAS ATUAL, Blog do Hiel Levy, Portal Único, Portal do Marcos Santos, site BNC Amazonas e Portal do Mário Adolfo.
Gilberto Vasconcelos foi o terceiro dos sete candidatos a prefeito sabatinado. O deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil), era o segundo, faltou à entrevista na sexta-feira (30). Foram sabatinados o prefeito David Almeida (Avante) e o deputado federal Amom Mandel (Cidadania).
O professor argumentou que a falta de representatividade e a ausência de um engajamento verdadeiro com as bases são fatores que contribuem para a crise na esquerda política. Ele citou a desconexão entre os trabalhadores e “seus organismos de luta” – os sindicatos.
“Os trabalhadores não mandam em seu organismo de luta, que é o sindicato. Poucos, raros são os sindicatos onde os trabalhadores chegam lá e dizem: ‘olha, eu quero conversar com o presidente’. Não. Tem que marcar uma audiência, esperar não sei o quê”, disse Gilberto.
O candidato alega que é necessário mudar a forma como os movimentos sociais e sindicatos funcionam. “Precisa maior transparência e envolvimento direto com os trabalhadores”, defende. “Nós vivemos uma fase regressiva, a fase imperialista do capitalismo, que qualquer reivindicação sindical se choca diretamente com o poder. Então, o sindicato tem que ser muito forte, muito democrático, para que ele possa conduzir a luta da classe trabalhadora de maneira consequente”, afirmou.
Censura legal
Vasconcelos criticou a falta de espaços para a inserção de propagadas eleitorais gratuitas para partidos que não têm representatividade no Congresso. Segundo o candidato, a “lei” foi criada para beneficiar quem já estava no poder.
“Essa legislação foi feita para beneficiar os Status quo. Quem já estava no Congresso com sua representação foi beneficiado, tanto em tempo de televisão, de rádio, de verba. Quem não estava, quem quer fazer as coisas diferentes, tem essa dificuldade”, disse.
Gilberto classificou como “censura legal” a falta de espaço para o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) no horário eleitoral gratuito. “Existe uma censura legal, feita pelo Congresso Nacional, que impossibilita partidos como o PSTU de aparecer e ser conhecido, na questão da propaganda gratuita de rádio e televisão. Existe toda uma tentativa, eu vejo assim, de fazer com que desapareçam os partidos com ideologias fortes, que procuram mudar o sistema”, finalizou.