Por Rogério Gentile e Artur Rodrigues, da Folhapress
SÃO PAULO-SP – A Petrobras lançou uma campanha publicitária de veiculação nacional a fim de divulgar as medidas anticorrupção que adotou após a Lava Jato.
Uma das estrelas da campanha é a advogada Regina de Luca, que foi Secretária Nacional de Segurança Pública durante o governo Dilma Rousseff (PT), a despeito do fato de que foi justamente na administração petista que prosperou o esquema investigado pela operação.
A Lava Jato, desencadeada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, mostrou que a estatal esteve no centro de uma estrutura de fraude em licitações e pagamento de propinas que beneficiou empreiteiras, políticos e ex-executivos da Petrobras. Procuradores já estimaram que R$ 20 bilhões foram desviados da empresa, embora não haja um valor exato.
Na propaganda, Regina diz que “hoje podemos falar da Petrobras porque arrumamos a casa”. A advogada, que também foi secretária de Defesa Social de Diadema, na gestão José de Filippi Junior (PT), deixou o partido no final de 2016, meses após o impeachment de Dilma.
Nessa mesma época, já na gestão Michel Temer (MDB), assumiu como gerente executiva de inteligência e segurança corporativa da Petrobras. Desenvolvida pela agência DPZ&T, a campanha publicitária foi batizada de ‘Confiança’. De acordo com a empresa, tem o objetivo de preencher lacuna identificada em pesquisas de opinião que constataram que a maioria das pessoas desconhece as ações de governança e conformidade realizadas pela Petrobras ao longo dos últimos anos.
Os filmes foram produzidos no primeiro semestre, mas só puderam ser exibidos a partir de 29 de outubro, por conta da lei que proíbe publicidade institucional durante a campanha eleitoral. A campanha é formada por duas peças destinadas para a televisão aberta e internet e um filme para exibição no cinema.
A primeira mostra como a estatal considera estar passando a limpo sua história recente, a partir de uma série de medidas anticorrupção. O segundo exibe empregados da empresa de vários setores comentando as diversas ações já adotadas. O terceiro filme diz que a empresa é vítima do esquema descoberto pela Lava Jato.
A Petrobras afirma que, na peça publicitária, a casa a que Regina de Luca se refere é a própria companhia, não se referindo a qualquer partido político e que ela passou por todas as exigências da empresa, como uma investigação interna em que não foi identificada nenhuma circunstância que a desabonasse.
Afinal, o que é correto para a Petrobras?
A Petrobras gasta milhões de reais em campanha midiática para disseminar a pletora de políticas de seus controles internos, mas tenta incriminar um engenheiro aposentado há dezoito anos da estatal por suposto crime de quebra de sigilo profissional, por conta de ter apresentado um portentoso relatório denúncias de ilícitos à Ouvidoria Geral da Petrobras no ano de 2015, ilícitos esses cometidos por executivos do seu alto escalão empresarial.
Como represália e naquela ocasião, o departamento jurídico da Petrobras resolveu perseguir e intimidar o engenheiro aposentado denunciante com processo de calúnia injuria e difamação por ter supostamente reportado denuncias evasivas envolvendo um Gerente Executivo da Estatal, ocasião em que teve que fazer um acordo de não importunamento (silêncio) e agora retornaram a intimidação e coação com nova denuncia, desta feita por suposta quebra de sigilo funcional, com embasamento no seu “Código de Ética”, no que foi aberto pela Petrobras um Procedimento Investigativo de Nº 005-06623/2017 que corre no Juizado Especial Cível do Estado do Rio de Janeiro, demandado pelo mesmo departamento jurídico da Petrobras. Continuar lendo:
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