Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), afirma que acredita muito na possibilidade de uma terceira onda da pandemia de Covid-19 no estado e diz estar preocupado com a possibilidade. A manifestação pública foi em evento para entrega de veículos a municípios do Amazonas para ações de controle da malária, na Arena da Amazônia, zona centro-sul de Manaus, na terça-feira, 6.
Lima afirma não saber qual a proporção de uma eventual terceira onda. “Eu acredito muito na possibilidade de uma terceira onda. Quando ela vai acontecer? Não sei. Quais as proporções dessa terceira onda, também não sei”, disse. A declaração ocorre três dias após o governo afrouxar ainda mais as medidas de restrição para reduzir o risco de contágio pelo novo coronavírus.
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O governador disse estar ouvindo profissionais para ajudar na projeção dos impactos. “Nós temos procurado todos os especialistas do Brasil e de outras partes do mundo para que nos apresentem um modelo matemático, para que a gente possa ter uma clareza do que vai acontecer nos próximos dias”, disse.
O Amazonas se prepara para o pior cenário, segundo Lima. “Eu estou muito preocupado com isso. Tenho conversado muito com o pessoal da Fundação de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Saúde da capital e interior para que possamos nos preparar para o pior cenário possível”.
O governador afirma que o estado foi o primeiro a sentir os impactos mais fortes da pandemia no país. “O fato é que o que vai acontecer no Brasil ou se acontecer uma terceira onda eu não tenho dúvida de que passará pelo estado do Amazonas. O Amazonas tem sido esse espelho e tem sido o primeiro estado a ser atingido pela pandemia. E é isso que nos deixa muito preocupados”, disse.
De acordo com Wilson Lima, lidar com o novo coronavírus é imprevisível. “Não há um ponto para você dizer ‘olha, você vai precisar de X leitos clínicos, X leitos de UTI’. É algo que estamos aprendendo à medida que as coisas vão acontecendo”, disse.
Lima não descarta a possibilidade de surgir uma nova variante do coronavírus. “Na segunda onda tivemos o caso da P1, que foi uma variante com uma capacidade muito maior de transmissibilidade. A gente não sabe o que vai acontecer a partir de agora, se vamos ter uma nova variante”.
Com a chegada do período seco no Amazonas e vacinação, a expectativa é que a propagação do vírus seja reduzida. “Estamos chegando agora em abril, maio, estamos passando do período chuvoso. Pode ser que o período de estiagem nos ajude aqui no Amazonas. A gente conta com essas possibilidades, conta também com a questão da vacinação”, afirmou.