Da Redação
MANAUS – Patrocinada pelas indústrias de Manaus, a pesquisa ‘Estudos de Impactos Socioeconômicos e Ambientais da ZFM’, lançada nesta sexta-feira, 22, é defendida pelos empresários e parlamentares federais do Amazonas como um manual para rebater ataques à ZFM (Zona Franca de Manaus). O documento, porém, não é a “solução dos problemas” do PIM (Polo Industrial de Manaus), segundo o presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Périco.
“Esse trabalho é a munição que pode ser usada para combater os ataques que uma vez ou outra nos avizinham, e podermos nos posicionar antecipadamente inserindo o modelo Zona Franca com o êxito que tem no contexto nacional para que Brasília possa olhar não do centro-oeste pra baixo”, afirmou Wilson Périco.
A opinião do presidente do Cieam é a mesma do senador Omar Aziz (PSD), que afirma que “só isso não basta”. “Temos que ir além, temos que trazer novos seguimentos. Estamos focados nos pólos de eletroeletrônico, de duas rodas e informática. Tem outros produtos que poderiam estar sendo produzidos no Polo Industrial de Manaus”, afirmou Aziz.
Para o presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antônio Silva, o estudo evita “surpresas” que possam ameaçar a ZFM, como a proposta apresentada pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), que, segundo parlamentares, ameaça os pólos de baterias e carregadores, instalados em Manaus.
“A Abinee poderia ter nos chamando antecipadamente para discutirmos os assuntos, sem antes terem protocolado tanto no MDIC como no MCTIC. Depois vem tomar defesa dizendo que não era isso. Ora. Porque não nos chamou para sentarmos na mesma mesa e fazermos um desenho que atendesse as necessidades dos estados brasileiros e do estado do Amazonas?”, disse Antônio Silva.
O superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, disse que a autarquia está retomando o seu protagonismo no desenvolvimento do Brasil com ajuda das indústrias e da bancada amazonense. Menezes também afirmou que até o final de abril, o secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), Carlos Alexandre da Costa, deve anunciar medidas que viabilizem a ampliação de projetos na ZFM.
Márcio Holland, que é professor de economia na FGV (Fundação Getúlio Vargas) e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda de Dilma Rousseff, diz que a crítica “é muito forte ao modelo Zona Franca”, mas os estudos apresentam “resultados muito favoráveis” que contribuem com o crescimento da renda da sociedade.
“Qualquer que seja a movimentação de políticas macro em geral no país pode afetar os incentivos na região e ter a fuga dessas empresas da região, o que pode ter impactos negativos, sociais e ambientais”, afirmou Holland.
O estudo é patrocinado pelo Fieam, Cieam, Eletros, Abraciclo, Sinaees, Whirlpool, DD&L, Bemol e Fogás.
(Colaborou Patrick Motta)