Da Redação
MANAUS – A reunião do vice-presidente Hamilton Mourão com o governador Wilson Lima e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, nesta segunda-feira, 20, em Manaus, foi marcada por cobranças dos chefes dos poderes Executivo do Amazonas e de Manaus, de ações mais rápidas do governo federal em socorro da saúde do Estado para enfrentamento da Covid-19.
Da parte da União, Mourão se comprometeu a trabalhar para que o Ministério da Saúde olhe com atenção para o caso do Amazonas.
Wilson Lima disse que uma das prioridades no momento é a aquisição de mais respiradores e EPIs (equipamentos de proteção individual), além do recrutamento de recursos humanos para atuarem na rede.
“Nós temos recebido um apoio do Ministério da Saúde, mas a gente precisa aumentar essa nossa capacidade de atendimento. Para que isso aconteça, nós precisamos ainda de respiradores, precisamos de EPI e também de profissionais da área de saúde, que têm sido escassos nesse momento, e o Estado do Amazonas tem travado uma luta para poder conseguir esses materiais, para conseguir esses insumos e também esses recursos humanos”, afirmou o governador.
O prefeito disse que falou em tom de desabafo e cobrou mais agilidade do governo federal. Ele disse que o Estado não pode esperar respostas para daqui a 15 dias.
“Disse tudo o que eu tinha a dizer de desabafo, de críticas, análises de personagens do governo sobre esse abandono do Amazonas e que tem se agravado a cada minuto. Vim para essa reunião dizer minhas verdades e não podemos mais esperar planejamentos para daqui a quinze dias e ficarmos vendo as pessoas morrerem”, afirmou.
O prefeito de Manaus apresentou ao vice-presidente uma relação de problemas que a cidade vem enfrentando e quais as medidas tomadas pelo município para enfrentar a pandemia, como a instalação do Hospital de Campanha Municipal Gilberto Novaes, na zona norte, e a contratação de novos profissionais de saúde, entre outras necessidades essenciais.
Apesar das cobranças, o prefeito elogiou a vinda do vice-presidente. “A visita do general foi uma das manobras mais ágeis que eu vi um político fazer. Foi muito boa a conversa para uma pessoa que se mostrou confiável e deve agir enquanto, aqui, cuido da parte técnica com o meu secretário de saúde, ouvindo também o governador e sua secretária”, disse o prefeito.
Dentre os pedidos de urgência feitos pelo prefeito, estavam a disponibilização de 15 aparelhos de tomografia, fornecimento de medicamentos, cujo os fornecedores alegam a produção ser exclusiva para o Ministério da Saúde, como hidroxicloroquina, tamiflu, azitromicina e outros.
Na lista também constavam EPIs, sendo máscaras N95, máscara cirúrgica e tyvec (para os profissionais do SAMU). Também foram solicitados testes rápidos para Covid-19, equipamentos e material para o hospital de campanha, sendo respiradores, conexões e válvulas.
Na ocasião, foi apresentada uma estimativa do custo adicional para o enfrentamento do novo coronavírus relacionada aos recursos financeiros de aporte do governo federal destinados aos bolsistas da Escola de Saúde Pública no valor de R$ 30 milhões (cerca de R$ 5 milhões/mês – 6 meses) e mais R$ 42 milhões destinados a equipamentos, medicamentos, insumos e serviços do hospital de campanha municipal.