Teófilo Benarrós de Mesquita, da Redação
MANAUS – No domingo, 13, em frente ao Centro Cultural Vasco Vasquez, na zona centro-sul de Manaus, um casal colhia assinatura para a criação de um novo partido, o PSPB (Partido do Servidor Público do Brasil), durante o mutirão de vacinação contra a Covid-19.
Para pedir apoio, o casal usava a causa do novo partido em vez de informar sobre a criação da entidade política. “O senhor não quer assinar uma petição pública para diminuir a carga de impostos cobrados no Brasil?”, indagavam.
Alguns assinavam a lista sem saber que se tratava da criação do PSPB. Questionada sobre a distância entre o tema da pergunta e o real objetivo da assinatura, a voluntária tentou justificar: “mas a principal bandeira do partido é a redução de impostos”.
Na folha de assinatura constavam o nome de algumas pessoas, concordando com a ideia da criação do novo partido. Um senhor que saiu do Vasco Vasquez vacinado aceitou a proposta após perguntar se o “partido é contra o Bolsonaro?” e receber resposta afirmativa da servidora pública.
Na página do PSPB na internet, ainda em construção (http://www.pspb.org.br), há apenas banners com o ideário do partido, sem citação da redução de impostos – ‘Deus, Pátria, Família e Liberdade’, ‘PSPB é o partido da Saúde’, ‘PSPB é o partido da Segurança’ e ‘PSPB é a aliança com você servidor do Brasil’ são alguns dos slogans apresentados.
Em outra mensagem, apresenta o PSPB como uma sigla que ampara “os servidores da reserva e pensionista das FFAA (Forças Armadas), os aposentados e os demais servidores da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
O endereço eletrônico também cita a ligação com o MNP (Movimento Nacional Patriótico).
O fundador e presidente nacional do PSPB, Nilson Domingues, afirmou ao ATUAL por telefone, de Goiânia (GO), que a redução dos salários dos políticos e da carga tributária também estão entre as bandeiras do partido, mas discordou da forma de abordagem em Manaus. “Uma petição pública com essa finalidade deveria constar no site (do partido) e no ambiente da internet”, disse. “Se a abordagem fala que é uma petição pública para redução de impostos, tudo bem. Mas para criação de partido, não cabe”, argumenta.
“Vamos recomendar o pessoal para sempre abordar as pessoas da maneira que a Executiva Nacional já informou, que tem que abordar as pessoas orientando que os servidores públicos querem a redução do salário dos políticos e da carga tributária, para criação de emprego e renda no país. A partir do momento que a carga tributária for menor logicamente que vai ser criado mais vagas de empregos (sic)”.
É impressão minha ou isso é uma baita safadeza???
Uma petição com intuito de uma coisa mas que, de forma escondida, é pra criar outra coisa.
Esses “voluntários ” aí já deram a mensagem de como esse partido vai agir…