Da Redação
MANAUS – Com gritos de “fora Bolsonaro”, “Bolsonaro é miliciano” e “parem de nos matar”, manifestantes ocuparam a Avenida Djalma Batista, zona centro-sul de Manaus, no início da tarde desta terça-feira, 2, na manifestação ‘Amazonas Pela Democracia’. O protesto faz parte de um conjunto de atos contra o racismo e ataques à democracia que ganharam força nos últimos dias com protestos em outros estados como São Paulo, Rio e Minas Gerais.
Na caminhada, os participantes, vestidos de preto, exibiram cartazes com mensagens condenando atos de racismo, discriminação e a violência contra pessoas negras. “Vidas Negras Importam” era uma das frases, que ganhou repercussão internacional com as manifestações nos EUA, após a morte de George Floyd por um policial branco.
Citaram como exemplos nas faixas nomes de brasileiros como o de João Pedro Matos Pinto, 14, morto a tiros durante uma operação policial enquanto brincava com os primos em casa no final do mês passado, e o da ex-vereadora Marielle Franco, morta a tiros dentro de um carro em 2018, ambos os casos no Rio de Janeiro.
Outras pautas também foram abordadas como o combate ao feminicídio e a perseguição aos integrantes do movimento LGBT. Durante a passeata, integrantes do movimento organizavam os participantes para que mantivessem o distanciamento e utilizassem máscaras de proteção contra a Covid-19.
Em alguns momentos, um grupo de pessoas se deitava no asfalto com cartazes e blusas brancas manchadas de vermelho simbolizando a morte de minorias no país.
A maioria dos participantes é de jovens que se organizaram através das redes sociais e reúne diferentes grupos de pensamento, disse Mateus Castro, 20, estudante de Administração e um dos organizadores da manifestação.
“O movimento ‘Amazonas Pela Democracia’ surgiu de uma insatisfação popular muito grande para com o governo do presidente Jair Messias Bolsonaro. Surgimos nas redes sociais, somos uma iniciativa totalmente orgânica. Muitos nos questionam sobre a participações partidárias, acredito eu que tenham sim pessoas com alguma filiação partidária, porém não são maioria. A grande maioria é da sociedade civil que se revolta contra os ataques que a nossa democracia vem sofrendo”, afirma.
A caminhada foi acompanhada por policiais e agentes de trânsito. O movimento seguiu pacífico, com pequenos tumultos provocados por motoristas que paravam buzinando em apoio ou xingando os manifestantes.
Nesta segunda-feira, 1º, ameaças foram trocadas entre o delegado João Tayah e o capitão da PM Paulo Cheik que afirmaram que iriam usar ‘balas de borracha’ e ‘balas .40’ um contra o outro no protesto. Em nota, a SSP-AM informou que a Corregedoria Geral do Sistema de Segurança, assim como o Comando da Polícia Militar e a Delegacia Geral da Polícia Civil, foram comunicados para a adoção das providências cabíveis.
Veja mais fotos da manifestação desta terça-feira:
Assista ao vídeo da manifestação com cobertura do ATUAL:
(Colaborou Jullie Pereira)