Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – Desde o início de março até sexta-feira, 19, a Prefeitura de Manaus executou 15 interdições em ruas da capital amazonense por problemas em rede antiga de drenagem de água da chuva. Foram 14 intervenções para recuperar redes pluviais e um bloqueio em ponte na qual o asfalto cedeu com a subida do nível do Igarapé do Mindu e trecho da pista afundou.
Em todas as zonas da cidade crateras se formaram pelo rompimento de velhas estruturas que não aguentaram o excesso de chuvas ou pesos sobre as pistas.
Na quinta-feira, 18, a Seminf (Secretaria Municipal de Infraestrutura), responsável pelas estruturas de vazão das águas pluviais, precisou fazer dois reparos emergenciais.
Na Rua Marquesa de Santos, Coroado, zona leste, uma cratera de sete metros se formou com o rompimento de parte da tubulação. Segundo a Seminf, o buraco foi aberto devido a construção de uma laje irregular em cima da rede de drenagem. Os dutos têm mais de 50 anos. Foi feito o desvio de um trecho da rede e a troca do restante da tubulação.
No final da noite, a prefeitura interditou duas faixas da Avenida Djalma Batista, entre o Parque dos Bilhares e a Rua da Maromba, zona centro-sul, nos dois sentidos. A subida das águas fez com que parte do asfalto cedesse, abrindo um buraco.
Do início do mês até a última quarta-feira, 17, foram mais 13 obras nesse sentido. Na Rua Xingu, bairro Cidade Nova, zona norte, a prefeitura começou a substituição de 10 metros de drenagem, que rompeu com o acúmulo de lixo e o grande fluxo de água.
Um reparo foi necessário em uma rede com 50 metros de extensão que comprometeu parte da Avenida Arquiteto José Henrique, bairro Santa Etelvina, zona norte.
Outra estrutura com 30 anos não suportou o fluxo do igarapé do Mindu e abriu uma cratera de sete metros de profundidade na Rua Rio Mar, conjunto Vieiralves, zona centro-sul.
No bairro Compensa, zona oeste, uma drenagem de 45 metros de extensão precisou de manutenção nas ruas do centro comercial do local.
Trecho da Avenida Torquato Tapajós, em frente a antiga Phillips, zona norte, foi interditado após a drenagem ceder com o peso de um caminhão carregado de seixo.
No beco Tiradentes, no bairro Japiim, zona sul, a rede de drenagem de 70 metros de extensão virou uma cratera de 30 metros de profundidade provocada pelo peso de casas construídas sobre os dutos. Na área, onde alagações são comuns, foram instaladas estruturas de concreto para facilitar a vazão da água.
A Avenida João Valério, entre as avenidas Djalma Batista e Constantino Nery, zona centro-sul, foi liberada dia 5 após reparos nas tubulações de 40 anos, que cederem com as chuvas.
Outra drenagem com 60 metros de extensão não aguentou as chuvas e comprometeu trecho da Rua dos Gaviões, na Comunidade Fazendinha, zona norte.
Na Rua Elesbão Luz, bairro Colônia Oliveira Machado, zona sul, uma cratera se formou após danos na rede de drenagem de 30 anos e 200 metros de extensão.
Segundo a Prefeitura, apenas quatro obras de drenagens foram feitas antes que a tubulação se rompesse. É o caso da construção de 140 metros de uma nova rede na Rua Itacoatiara, entre as avenidas Carvalho Leal e Castelo Branco, na Cachoeirinha, zona sul. Na Avenida Rodrigo Otávio, no Japiim, parte da tubulação foi trocada para evitar rompimento.
Números maiores
Procurado pelo ATUAL, o secretário municipal de Infraestrutura, Marcos Rotta, afirma que os números são bem maiores.
“Para se ter uma ideia, a Seminf atua em pelo menos 40 frentes de drenagem na cidade de Manaus neste momento. Temos, todos os dias, demandas causadas por rompimentos de tubulações antigas, construções irregulares e ligações clandestinas. Todos estes problemas agravam a situação das redes”, diz.
Rotta afirma que fazer a manutenção preventiva das redes de drenagem é um tarefa difícil.
“Fazer manutenção preventiva nas redes, localizadas abaixo do solo, é um trabalho muito complexo e difícil, uma vez que a água trabalha de maneira ‘silenciosa’, porém onde há indícios de que possa haver problemas na rede, a Seminf realiza imediatamente a devida intervenção e não espera seu rompimento. A avenida Djalma Batista é um claro exemplo disso, uma vez que a intervenção é uma ação preventiva”, diz.
O secretário afirma que a Seminf mantém equipes de drenagem nos três turnos devido ao grande volume de chuvas, que aumenta o nível dos igarapés e as demandas internas nas redes.