Da Redação
MANAUS – A redução de 25% da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) é uma questão política e a sociedade amazonense precisa ter consciência sobre quem está tirando direito constitucional do Amazonas, afirma o arcebispo de Manaus Leonardo Steiner.
“O IPI 25% tem a ver com as eleições sim. Eu espero que os amazonenses, e especialmente os manauaras, compreendam a quem dar ao considerar que estão tirando direito constitucional [do Amazonas). É o cuidado que nós temos que ter como sociedade civil”, disse o arcebispo na manhã desta quarta-feira (20) durante anúncio das ações do Comitê Amazonense de Combate à Corrupção para as eleições 2022.
“Eu tenho um grande receio com o aumento da pobreza. Nós já temos muitas pessoas em Manaus passando fome. A sociedade civil precisa começar a exigir dos nossos governantes e do nosso Judiciário essa questão toda do IPI”, afirmou.
Segundo Leonardo Steiner, a formação política é que ajuda a abrir os olhos, “então o comitê não é apenas de fiscalização, mas pretende proporcionar e oferecer elementos que ajudem a termos eleições mais transparentes, e uma sociedade menos violenta”.
“Como sociedade civil, há a necessidade de acompanhamento das denúncias. Combater notícias falsas será uma tarefa dura e difícil, mas o Comitê terá que acompanhar isso também”, disse Leonardo Steiner.
O arcebispo disse que a missão do Comitê é contribuir para que as eleições sejam limpas, manifestem a vontade do povo, não haja abuso de poder econômico, político e nem religioso. “É preciso que tenhamos representantes nos governos, nas câmaras e nos ajudem a construir um Brasil justo, equânime, urbana, e cheio de fraternidade”.
Justiça atuante
Carlos Santiago, sociólogo e coordenador do Comitê, cobrou ação enérgica da Justiça Eleitoral. “A Justiça Eleitoral, que é tão cara, o Ministério Público Eleitoral, que é tão caro, também merecem fazer as suas atribuições. Se o Ministério Público não for para a rua, se a Justiça Eleitoral não for célere, o trabalho da sociedade civil não tem o efeito necessário”, afirmou.
“Por isso a Justiça Eleitoral tem que estar muito mais atenta com relação às ilegalidades que estão acontecendo e que se não combater acontecerá ainda muito mais”, alertou.
O Comitê lançará curso de voto consciente e uma carta compromisso para que os candidatos assinem e se comprometam com a ética, transparência, “e acima de tudo com o combate à pobreza e o desenvolvimento regional do Amazonas”.
“O Brasil só vai melhorar com eleições e só podemos melhorar votando corretamente, com ética, pelo bem comum com o objetivo de melhorar a vida das pessoas”.