Do ATUAL
MANAUS – O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) quebrou o decoro ao ameaçar e xingar o colega de parlamento Dionilso Marlon (PT-RS) em reunião na Comissão de Trabalho da Câmara Federal nesta quarta-feira (19). “Viado”, “filho da puta”, “facada é teu cu, seu viado” foram os termos usados pelo senador ao reagir à fala de Marlon, que disse que a facada no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pai do senador, era fake.
Ele não chegou a agredir o parlamentar, porque foi impedido por colegas e assessores que estavam no local.
A reação ocorreu durante a escolha de três vices-presidentes da comissão e análise de projetos. Eduardo interrompeu o presidente da comissão Aírton Faleiro (PT-PA) e começou a reclamar: “Olha o nível de provocação, olha o nível de provocação”. “Tá achando que tá na internet? Te enfio a mão na cara e perco o mandato. Perco o mandato, mas com dignidade, coisa que vocês não têm”, disse.
“Vou dar uma facada no seu bucho, quer ver o que o senhor vai fazer. Opinião política é facada? Fake? Vai te catar. Não tem um mínimo de ética nessa comissão aqui. Eu não estou fazendo nem metade do que vocês fazem”, prosseguiu.
No vídeo, publicado por Eduardo em sua conta de Twitter, dá para ouvir Marlon questionar “quanto sangue saiu disso? Quanto sangue saiu disso?”
Enquanto Faleiro alerta “olha o decoro, olha o decoro”, Eduardo se levanta e vai em direção ao deputado gaúcho. “Vai se fuder, seu viado. Facada é teu cu, seu viado. Olha o que ele está falando: ‘facada fake; não teve sangue’. Tá maluco? Vocês tentaram matar meu pai. Seu filho da puta. Te enfio a mão na cara. Perco o mandato, mas perco com dignidade, coisa que você não tem, seu filho da puta”.
O vídeo foi publicado por Eduardo Bolsonaro com a legenda “só eu, minha família e os mais próximos sabemos pelo o que passamos. É inaceitável baixar a cabeça para deboche com a tentativa de assassinato de meu pai chamando o fato de falso, de ter sangrado pouco. Meu mandato não estar (sic) acima da honra de meu pai, com ele vou até a morte”.
Eduardo foi contido por outras pessoas presentes à reunião da Comissão de Trabalho, que tem 25 membros. Eduardo é titular; Marlon é suplente.
O então candidato Jair Bolsonaro levou uma facada, em 6 de setembro de 2018, de Adélio Bispo de Oliveira. Adversários políticos, contudo, levantam a hipótese, sem provas, de que o atentado não teria sido real