A disputa pelo comando da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Amazonas se acirra nos bastidores e ganha as redes sociais. Primeiro, ocorreu um racha no grupo de situação, do presidente Alberto Simonetti Neto, que vai apoiar o atual vice-presidente Marco Aurélio Choy. Insatisfeito, o representante da OAB-AM no Conselho Federal Jean Cleuter Simões Mendonça decidiu encabeçar uma chapa de oposição. Interessado em compor a direção da entidade, o advogado Júlio Antonio Lopes, defensor da Rede Calderaro de Comunicação, pleiteava uma vaga de vice-presidente na chapa de Cleuter Mendonça, mas, na semana passada, o nome dele foi excluído do processo e a vaga foi ocupada pela advogada Omara Gusmão. Agora, Júlio Antonio Lopes é apresentado como a terceira via por um grupo que quer lançá-lo na cabeça de chapa. O problema, dizem, os opositores, é que Lopes não tem base eleitoral na entidade.
Farpas com Oldeney
Há uma semana, no Facebook, o advogado Oldeney Sá Valente publicou um texto extenso para explicar os motivos de Júlio Antônio Lopes ser alijado da chapa de Cleuter Mendonça. Lopes publicou uma resposta ríspida, contestando as informações e usando expressões como “falta de lealdade” e “arrogância e trairagem”.
‘Situação’ complicada
O candidato de situação, Marco Aurélio Choy, advogado do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB), tem chances de vitória, mas a chapa dele está “queimada” pela atuação pífia da gestão de Simonetti, segundo a avaliação de advogados consultados pela coluna. Uma das reclamações é de que a OAB local está totalmente alheia aos problemas da capital e do Estado, como a chacina que vitimou 36 pessoas no mês passado.
Fieam quer emplacar
Defensora dos interesses dos empresários do Polo Industrial de Manaus, a Fieam também está de olho no poder que a OAB traz a seus dirigentes. Trabalha em um nome para “bater” os defensores dos Calderaro e de Eduardo Braga: Jean Cleuter Simões Mendonça, que é sobrinho do desembargador João Simões, ex-presidente do TJAM.
Falta no PIM…
Para afastar o fantasma do desemprego, os trabalhadores do PIM estão precisando se adaptar à crise e aceitar reduções salariais impostas pelas empresas. O drama refletiu no balanço dos indicadores divulgado nesta quinta-feira, 20, pela Suframa: a remuneração do industriário acompanhou o faturamento das empresas e recuou em 0,69% no primeiro semestre deste ano na comparação com o ano passado. O gasto médio mensal com salários ficou em R$ 219,5 milhões de janeiro a junho deste ano ante R$ 221 milhões no mesmo período do ano passado.
…sobra na CMM
Se os trabalhadores do PIM estão tendo que se conformar com a redução salarial, na CMM os funcionários efetivos querem aumento de 20% contrariando até o índice do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que é usado para negociação de reajustes salariais e fechou julho em 9,31% no acumulado do ano. O interessante é que quem defende o percentual de reajuste é o presidente da Comissão do PCCS, vereador Waldemir José (PT), funcionário de carreira da Câmara.
Mais perdas
Agora, o governador José Melo (Pros) terá mais um motivo para reclamar da falta de dinheiro para reajustar salários de servidores e investir em serviços essenciais como a Saúde: a perda do governo com arrecadação de ICMS do PIM foi em média 8,7 milhões ao mês no primeiro semestre deste ano, mostram os indicadores da Suframa. Em seis meses, chegou a R$ 52,2 milhões.
Fieam x UEA
Mesmo com o faturamento em baixa das indústrias, o vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo, não perdeu a chance de quebrar o protocolo na entrega do prêmio de Economista do Ano na noite de quarta-feira, 19, para alfinetar o reitor da UEA, Cleinaldo de Almeida Costa, e dizer que quem “banca” o funcionamento da universidade são a empresas do PIM. O “toque” veio logo depois que professores da instituição reclamaram da falta de estrutura nas unidades do interior. “Se existe problema de estrutura não é por causa de dinheiro. Porque dinheiro eles têm”, disse Azevedo em tom de ironia.
‘Velhos Políticos’
O ex-deputado Marcelo Ramos (ex-PCdoB, ex-PSB e ‘quase futuro’ PRB) divulgou “nota oficial” a amigos e correligionários para dizer que tem sofrido retaliação de “velhos políticos” para se filiar a um partido político e com isso conseguir se respaldar para sua disputa à Prefeitura de Manaus. Ramos alega que esses caciques “não admitem a ascensão de gente como ele que é fruto de uma história de luta”. O ex-parlamentar, que apoiou José Melo em 2014 e apareceu abraçado com Eduardo Braga em junho, não explicou quem são os políticos que o retaliam.