Da Redação
MANAUS – Cinco membros da diretoria municipal do PMN (Partido da Mobilização Nacional) renunciaram aos cargos, nessa quarta-feira, 4, após a saída do advogado Marcelo Amil da presidência estadual. O presidente da sigla em Manaus, Luiz Carlos Marques, afirmou que “um partido que não leva a sério o estatuto partidário e não respeita os seus filiados não é um partido, mas uma aberração institucional”.
Marcelo Amil anunciou na segunda-feira, 2, que havia sido destituído do cargo de presidente estadual sem aviso prévio ou posterior. O advogado disse que soube da troca de comando do partido em Manaus pela direção nacional ao consultar o site do TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas), onde o empresário Orsine Oliveira Júnior, aliado do ex-governador Amazonino Mendes, aparece como presidente estadual.
De acordo com Luiz Carlos Marques, a decisão da diretoria municipal partiu da forma como a diretoria nacional decidiu fazer as mudanças na sigla sem que os filiados e o próprio regimento do partido fossem respeitados.
“Um partido que não leva a sério o estatuto partidário e não respeita os seus filiados não é um partido mas, uma aberração institucional. Foi por isso que decidimos também deixar o partido. Isso não pode ter sido sempre assim e se isto continuar, o povo estará desamparado, sem forças para resistir. Isto deve mudar e a nossa resistência em não aceitar a política tradicional é um esforço para ser diferente”, declarou Marques.
Nesta quinta-feira, 5, ao comentar sobre a decisão do diretório municipal, Amil afirmou que “o gesto dos companheiros com quem andei nesses últimos meses de trabalho árduo me mostra que eu andei com as pessoas certas”. O advogado completou: “A lealdade a ideias, a valores, a sonhos uniu esse grupo, e um grupo unido fórmula forte ideia é inseparável”.
A carta divulgada nessa quarta-feira é assinada por Luiz Carlos Marques (presidente); Fredson Cumapa (vice-presidente); Afabiola Silva (tesoureiro-geral); Carlos Henrique Santos (secretário-geral) e Camila Pereira (vogal). Eles encabeçavam o diretório do partido em Manaus desde setembro do ano passado.
“Um partido político sério é regido pelo seu estatuto partidário. Um partido sério, repetimos. O PMN, ao fazer uma intervenção no Diretório Estadual do Amazonas, para entregá-lo às velhas oligarquias do Estado, rasga o seu estatuto e se deixa levar pelo poder econômico.
Em seu artigo segundo está escrito que ‘o Partido da Mobilização Nacional, como instrumento de representação política, orientar-se-á por seu manifesto, seu programa e seus estatutos e demais diretrizes de ação política, social e econômica, de conteúdo nacional, democrático e socialista, devidamente aprovados por sua convenção nacional’.
Está claro que não há democracia e muito menos princípios socialistas nesta atitude. Infelizmente, fomos usados com o fim de valorizar o produto para ser trocado no mercado aberto.
Sonhamos construir um partido de base, em sintonia com os anseios do povo do Amazonas. Colocamos todos os nossos esforços e inteligência neste projeto, mas estamos sendo impedidos pela inveja e cobiça dos exploradores da miséria do povo.
De alternativa de poder que éramos, o PMN volta a ser uma sigla de aluguel para encher o bolso dos membros do Diretório Nacional. A nossa consciência não está à venda, e este não é um partido sério, por isso, o diretório municipal de Manaus renuncia de forma coletiva ao seu mandato.”