Da Redação
MANAUS – O TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas) rejeitou os pedidos de relaxamento de prisão de Joabson Agostinho Gomes e Jordana Azevedo Freire, donos da rede de supermercados Vitória. Eles são investigados pela morte do sargento do Exército Lucas Ramon Silva Guimarães, de 29 anos, em setembro deste ano.
Em processos distintos e com advogados diferentes, Joabson e Jordana pediram para serem liberados sob alegação de que houve ilegalidade na decisão que prorrogou a prisão temporária deles pelo prazo de 30 dias. A defesa deles apontou que o prolongamento da prisão ocorreu sem que o MP-AM (Ministério Público do Amazonas) fosse ouvido.
Os desembargadores Ailton Gentil e Yêdo Simões, no entanto, verificaram que, diferente do que foi alegado pela defesa do casal, o órgão ministerial foi consultado e opinou a favor da prorrogação. O pedido de Jordana foi rejeitado no dia 26 de outubro pelo desembargador Airton Gentil e o de Joabson, na última terça-feira (2) pelo desembargador Yedo Simões.
Os dois desembargadores sustentaram que há indícios de autoria ou de participação do casal na prática dos crimes. “Há fundados indícios de autoria ou de participação do ora paciente na prática de delito”, disse Simões sobre Joabson. “Percebo, ainda, a existência de indícios suficientes de participação da paciente na prática de delito”, afirmou Gentil sobre Jordana.
O casal está preso desde o dia 21 de setembro por suspeita de envolvimento na morte de Lucas Ramon, em 1º se setembro deste ano. Conforme as investigações, naquele dia, um indivíduo, ainda não identificado, em uma motocicleta, disparou três tiros contra o sargento, que estava na cafeteria de sua propriedade, Mizes Café, no bairro Praça 14, zona sul de Manaus.
De acordo com a delegada Marna de Miranda, que atuou nas investigações pela Delegacia de Homicídios e Sequestros antes de ser afastada, o sargento, que era casado, mantinha uma relação extraconjugal com Jordana. Conforme Miranda, eles se conheceram após a gráfica de Lucas ser contratada para prestar serviços à rede de supermercados.
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Além da suposta traição, segundo a delegada, foi identificado desvio de dinheiro da rede de supermercados por Jordana em favor do sargento. Marna disse que Lucas chegou a devolver, no dia 19 de julho, aproximadamente R$ 200 mil que foi pegado por um funcionário da empresa a pedido de Jordana.
Para a defesa de Joabson e Jordana, não há nenhuma evidência que ligue diretamente o casal ao homicídio do sargento. “Nada, absolutamente nenhum vestígio ou evidência consegue atrelar diretamente nenhum dos investigados ao fatídico dia em que a vítima Lucas veio a ser cruelmente morta”, afirmaram os advogados.
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