MANAUS – Parlamentares do Amazonas e Rondônia começaram nesta semana a discutir a criação de uma frente parlamentar formada por deputados dos dois Estados para tentar impedir a privatização do Rio Madeira, como pretende o governo federal. A confirmação da intenção do governo de entregar a gestão do rio à iniciativa privada foi feita no dia 18 deste mês, pelo representante do Dnit (Departamento de Infraestrutura de Transporte), Evainton de Oliveira, em audiência púbica na Assembleia Legislativa.
Nesta semana, o deputado Dermilson Chagas (AM), que realizou a audiência na ALE, esteve em Brasília, em reunião da Confederação Nacional de Transporte, onde recebeu a adesão do deputado federal Marcos Rogério (PDT-RO), presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Portos, Hidrovias e Navegação do Brasil.
Marcos Rogério e Dermilson Chagas defenderam a ideia de criar uma frente parlamentar das assembleias legislativas estaduais do Amazonas e de Rondônia para acompanhar o caso e se adiantar às consequências da privatização da hidrovia. Na reunião, promovida pela Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega), a entidade mostrou estudos que indicaram as consequências danosas de construções de barragens nos rios Tietê e Paraná.
“Na reunião que participei, promovida pela Fenavega, fiquei impressionado com as consequências e danos ao meio ambiente e às comunidades que vivem ao longo desses rios por causa da construção de barragens. E é o que está ocorrendo aqui com o Madeira, pelos relatos das pessoas que vivem no local e de empresários que navegam no rio. Os bancos de areia se multiplicam e os peixes rareiam. Isso preocupa também porque vários postos de emprego se perdem com a diminuição das condições de navegabilidade e com a diminuição dos peixes”, afirmou Chagas.