Por Felipe Campinas, do ATUAL
MANAUS – O deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) apresentou, nesta terça-feira (13), uma emenda ao projeto de lei que concede reajuste salarial aos servidores da Seduc (Secretaria de Educação do Amazonas) para garantir o pagamento escalonado de 15,19%. O texto original, enviado pelo governo estadual à Assembleia Legislativa na terça-feira (6), concede apenas 8%.
De acordo com Barreto, a emenda busca garantir “aquilo que foi proposto pelo governo em mesa de negociação com o Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Amazonas) no dia 31 de maio de 2023”. A negociação proposta pelo governo foi de 15,19%, de forma escalonada, sendo 8% pagos de forma imediata, 3% em outubro de 2023 e 4,19% em maio de 2024.
O percentual de reajuste gerou impasse entre o Sinteam e representantes do governo desde a primeira reunião, no dia 18 de maio, um dia após o início da greve da categoria. Inicialmente, o sindicato reivindicava 25%, referente às datas-bases de 2022 e 2023 e resquícios de 2020 e 2021, mas o governo comunicou que só poderia dar 8%.
No dia 31 de maio, professores saíram de uma reunião na sede do governo com a proposta de 15,19% escalonado. Mas, no dia seguinte, ao falar pela primeira vez sobre o pleito dos professores, o governador Wilson Lima anunciou que iria conceder apenas 8% retroativo a março deste ano e declarou que os professores estavam sendo usados como “massa de manobra”.
Ana Cristina declarou, no mesmo dia, que a proposta de 15,19% era “ponto pacífico”, mas que acreditava que o governador havia se chateado com áudios de uma reunião que foram vazados em que os professores o chamavam de “autoritário”. “Defendemos, mas também dissemos a verdade, que era um governo de certa forma ditador e autoritário”, disse Rodrigues.
Na última quarta-feira (7), em entrevista ao programa “O A da Questão”, do AMAZONAS ATUAL, Ana Cristina afirmou que os professores tentariam obter os 15,19% escalonado através de emendas de parlamentares. Eles prometeram pressionar os seis deputados que participaram da reunião em que foi proposto o percentual maior.
Aquela reunião teve a participação de Cabo Maciel (PL), que é presidente da Comissão de Educação; Joana Darc (União Brasil), João Luiz (PRB), Rozenha (PMB), Débora Menezes (PL) e Felipe Souza (Patriota), que é líder do governo na assembleia. Nenhum deles se manifestou sobre o percentual e a emenda foi apresentada por Wilker, que é de oposição ao governo.
De acordo com a presidente do Sinteam, a reunião não foi gravada porque os professores são proibidos de entrar na sala de reuniões com celulares. Ana Cristina disse que pediu um documento com a proposta, mas “disseram que não havia necessidade porque as pessoas que estavam ali iriam dar credibilidade à proposta”.
Leia a emenda modificativa na íntegra.