Do ATUAL
MANAUS – A presidente do Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas), Ana Cristina Rodrigues, disse em entrevista ao programa “O A da Questão“, nesta quarta-feira (7), que o sindicato vai tentar obter o reajuste salarial de 15,19% com emendas parlamentares.
A intenção é pressionar os seis deputados estaduais que participaram da negociação sobre o reajuste salarial da categoria no dia 31 de maio para adicionar emendas ao Projeto de Lei do governo que reajusta os salários dos trabalhadores em educação em 8% e que foi enviado nesta quarta-feira (7) à ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas).
O Sinteam cobra um posicionamento dos parlamentares que estiveram na reunião em que o governo apresentou a proposta de 15,19%, sendo 8% imediatos, 3% em outubro deste ano e 4,19% em maio de 2023.
Estavam presentes os deputados Cabo Maciel (PL), que é presidente da Comissão de Educação; Joana Darc (União Brasil), João Luiz (PRB), Rozenha (PMB), Débora Menezes (PL) e Felipe Souza (Patriota), que é líder do governo na assembleia.
“Nós já procuramos todos os deputados. Infelizmente, só conseguimos retorno do presidente da Comissão de Educação. O restante não nos atendeu. Mas nós iremos buscar na casa legislativa conversar com os seis para entender o porquê dessa omissão, uma vez que eles estavam presentes na mesa”, disse Ana Cristina.
A presidente do sindicato disse que, no dia da negociação, não foi assinado nenhum documento para comprovar a proposta de 15,19% do governo. Segundo ela, os deputados afirmaram ter “fé pública” e que a negociação não pôde ser gravada.
“Infelizmente, quando vamos para a sede do governo, não podemos adentrar com bolsa, com cadernos, com celulares, são todos confiscados. Ficam todos numa sala. Não há nada que possa registrar. Mas não houve, por parte da categoria, rejeição”, disse.
No dia seguinte, antes dos trabalhadores discutirem a proposta do governo, o governador Wilson Lima anunciou, em entrevista coletiva, que os servidores teriam apenas 8% de reajuste salarial.
“A própria assessoria de imprensa colocou esses ‘5,19%’ em uma de suas páginas, embora eles tenham retirado no dia de ontem [6], mas nós já temos todos os prints do mesmo dia em que houve essa negociação na mesa”, disse Ana Cristina. “Eu acho que só governador consegue explicar, porque nós não conseguimos entender o que aconteceu do final da tarde, que nós tivemos 6h10 de mesa de negociação, às 11h do dia 1º de junho”.
Ação parada na Justiça
O reajuste salarial de 2022, segundo a presidente do sindicato, foi representado em uma ação na Justiça, mas até agora, não tramitou. A greve seria o último recurso para reivindicar a correção dos salários.
“A Justiça é lenta. Nós, trabalhadores, perdemos por essa lentidão da Justiça. Muitas vezes, quando a Justiça vai julgar, o trabalhador já não está mais entre nós. Ele deixou de gozar de um direito que ele tinha”, disse.
“Recuo estratégico”
O reajuste de 8% não é aceito pela categoria. Por isso, os trabalhadores seguem em “estado de greve”, suspendendo atos públicos e devem aguardar nova audiência com o governo na próxima semana.