Da Redação
MANAUS – A intolerância política resulta na violência banal, afirmam políticos e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), sobre o assassinato do guarda municipal petista Marcelo de Arruda na noite de sábado (9), em Foz do Igyaçu (PR), pelo policial penal bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho.
Em manifestação no Twitter, parlamentares são unânimes em afirmar que o crime é sintoma da intransigência política no país.
“A intolerância, a violência e o ódio são inimigos da democracia e do desenvolvimento do Brasil. O respeito à livre escolha de cada um dos mais de 150 milhões de eleitores é sagrado e deve ser defendido por todas as autoridades no âmbito dos 3 Poderes”, disse Alexandre de Moraes.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), comparou o assassinato a ato de bárbarie. “O assassinato de um cidadão, durante a comemoração de seu aniversário com a temática do candidato Lula, é a materialização da intolerância política que permeia o Brasil atual e nos mostra, da pior forma possível, como é viver na barbárie”.
“O assassinato do companheiro Marcelo Arruda é resultado do incitamento à intolerância e à violência por um governo que está armando seguidores e criando um ambiente de terrorismo político para intimidar o povo. Minha solidariedade à sua família, sobretudo a Pamela e seus filhos”, escreveu a ex-presidente Dilma Rousseff.
“Bolsonaro conseguiu materializar tudo que vem pregando, que se resume a ódio e morte”, afirmou a cantora Zélia Duncan.
O deputado Marcelo Ramos (PSD-AM) disse que o ato resultou em duas perdas. “Um bolsonaristas desses insanos invadiu a festa de aniversário de um militante de Lula e atirou no aniversariante, por intolerância política, mesmo com os apelos da sua esposa para que não fizesse isso. O outro reagiu em defesa da sua família. Morreram os dois [Jorge José da Rocha Guaranho está internado em estado grave].
“Adversário não é inimigo. Que o caso de Foz do Iguaçu/PR faça soar o alerta definitivo. Não podemos admitir demonstrações de intolerância, ódio e violência política. Me solidarizo com as famílias de ambos. Esse tipo de conflito nos ameaça enormemente como sociedade”, disse a senadora Simone Tebet, pré-candidata do MDB à Presidência.
“É triste, muito triste, a tragédia humana e política que tirou a vida de dois pais de família em Foz do Iguaçu. O ódio político precisa ser contido para evitar que tenhamos uma tragédia de proporções gigantescas”, disse Ciro Gomes (PDT-CE), também pré-candidato à Presidência.
“Que Deus, na sua misericórdia, interceda em favor de nós brasileiros, pacificando nossas almas, e traga conforto às duas famílias destruídas nesta guerra absurda, sem sentido e sem propósito”.
O ex-presidente e candidato Luiz Lula da Silva disse que a tragédia foi a mesma para duas famílias. “Nosso companheiro Marcelo Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos com a família e amigos, em paz, em Foz do Iguaçu. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, sua festa tinha como tema o PT e a esperança no futuro; com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha”.
“Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda”, disse.
“Também peço compreensão e solidariedade com os familiares de José da Rocha Guaranho, que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável”, concluiu.