Por Teófilo Benarrós de Mesquita, da Redação
MANAUS – Uma criança autista de 5 anos de idade sofreu arranhões no joelho ao cair do ônibus da linha 316 [Campos Sales/Centro], da empresa Vega, na manhã desta terça-feira (5) em Manaus.
A mãe do menino, Patrícia Mirna, disse que o motorista fechou a porta quando o garoto ainda estava no degrau, conforme denunciou no 20º DIP (Delegacia Integrada de Polícia). Mirna disse que o motorista reclamou do comportamento da criança e discutiu com ele antes do desembarque.
Após registrar a denúncia, ela levou o filho para fazer exame de corpo de delito. A audiência na polícia será no dia 14 deste mês.
O gerente operacional da Vega, Diego Lima, disse que o ocorrido será apurado a partir das imagens da câmara interna do ônibus. Segundo ele, o nome do motorista envolvido será mantido em sigilo com base na Lei Geral de Proteção de Dados.
De acordo com Patrícia Mirna, o filho teve consulta de terapia ocupacional pela manhã. No retorno, por volta das 9h25, ocorreu a discussão dentro do ônibus.
“Meu filho veio o trajeto todo tranquilo, sentado em meu colo. Quando ele reconheceu a proximidade de sua residência, começou a me puxar pela mão dizendo: ‘vamos mãe, está na hora de descer’, me chamando e puxando”.
Ela disse que o filho ficou em pé e pediu para descer. “Eu fiquei segurando o braço dele e explicando que ainda não estava na hora de descer: ‘não é essa parada ainda’, eu dizia”. “Do nada eu escuto um grito lá da frente do motorista: ‘Se esse menino cair no chão eu não vou me responsabilizar, tá me escutando?'”.
A mãe disse que reagiu e confrontou o condutor: “Em que momento que eu falei alguma coisa com o senhor? Em que momento eu lhe dirigi a palavra para o senhor estar se metendo na minha vida e do meu filho?”. Patrícia relata que houve ameaça. “Ele disse: ‘Se esse menino cair no chão e tu vir me responsabilizar, a senhora vai ver’”.
O gerente Diego Lima informou que o motorista confirmou a discussão. Segundo ele, o funcionário alegou que a criança se movimentava dentro do ônibus.
Patrícia disse que, na hora de sair, o motorista, inicialmente, se recusou a abrir a porta. Depois de nova e breve discussão, ela e a criança começaram a sair quando a porta foi fechada e caíram na calçada. Patrícia disse que foi à empresa com o marido cobrar providências, mas não conseguiu ser atendida.
“Já pensou se meu filho cai para debaixo do ônibus? Meu filho teria morrido atropelado. Ele tinha passado com o ônibus por cima dele porque foi por um triz meu filho não ter caído para debaixo do ônibus”, disse.