PORTO VELHO – A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta-feira, 20, mandado de condução coercitiva do governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB). Ele será levado para prestar depoimento na Superintendência da PF no Estado e liberado em seguida. A ação da PF ocorre dentro da Operação Plateias, que desarticulou organização criminosa formada por lobistas e agentes públicos responsáveis por desvio de verbas públicas e direcionamento de licitações. O prejuízo aos cofres do Estado é estimado em R$ 57 milhões. O governador tem como seu principal aliado no Estado o senador Valdir Raupp, que é primeiro vice-presidente do PMDB, maior partido da base de apoio ao governo federal.
A investigação, iniciada em 2012, apurou que empresas interessadas em participar nos processos licitatórios no Estado precisavam doar financeiramente, formal ou informalmente, para campanhas eleitorais. As licitações eram direcionadas para serem vencidas por empresas do esquema. Foi criado até um “fundo da propina”, que chegava a movimentar R$ 2 milhões por mês. Os contratos corrompidos ocorreram em secretarias da Saúde e Justiça, entre outras, e superam R$ 290 milhões.
Campanha do PMDB
O esquema de corrupção desbaratado pela Operação Plateias abastecia o caixa de campanhas do PMDB no Estado de Rondônia. Conforme informou na manhã desta quinta-feira o Broadcast, um dos investigados na operação é o governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB). Ele prestará depoimento hoje na Superintendência da PF no Estado e, como se trata de mandado de condução coercitiva, após os esclarecimentos será liberado. A PF também faz busca e apreensão na casa do governador.
A Operação Plateias investiga organização criminosa formada por lobistas e agentes públicos responsáveis por desvio de verbas públicas e direcionamento de licitações em Rondônia. Trata-se da maior operação da Polícia Federal nos últimos anos em número de mandados. Aproximadamente 300 policiais cumprem 193 mandados judiciais: 163 de condução coercitiva; 26 de buscas; e 4 de prisão temporária. A Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras, por exemplo, cumpriu 85 mandados judiciais.
Os mandados da Operação Plateias são cumpridos em Rondônia, no Acre, Amazonas, na Bahia, em Goiás, no Pará, Rio de Janeiro, em São Paulo, Sergipe e no Distrito Federal. Uma das conduções coercitivas ocorre na Espanha. Em Brasília, foi preso o suspeito de distribuir o dinheiro da corrupção. O suspeito preso não teve seu nome revelado.
Dirigente do PSDB investigado
O dirigente do PSDB no Estado de Rondônia e ex-senador Expedito Júnior, que disputou o segundo turno das eleições para o governo local neste ano, também é investigado na Operação Plateias. A PF cumpre mandado de busca e apreensão na casa dele e também há mandado de condução coercitiva para que Expedito Júnior preste depoimento sobre as denúncias do esquema criminoso, formado por lobistas e agentes públicos para desviar verbas públicas e direcionar licitações no Estado.
A defesa do ex-senador informou à PF que ele está em uma fazenda dele na cidade Ji-Paraná e que irá se apresentar à polícia no município. Expedito Júnior disputou o segundo turno para o governo de Rondônia com o governador reeleito, Confúcio Moura (PMDB), também investigado na operação conforme informou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, hoje.
Cunhado do governador
O cunhado do governador Confúcio Moura, Francisco de Assis, foi preso pela Polícia Federal em Porto Velho e logo em seguida encaminhado para prestar esclarecimentos sobre as informações levantadas na operação.
Assis foi denunciado pelo ex-secretário adjunto de saúde, José Batista, preso na Operação Termópilas (2011). Assis foi preso na manhã desta quinta-feira em uma mega-operação que está acontecendo em todo o Estado.
(Com informações da Agência Estado)