Começou na manhã desta quarta-feira, 25, o 4º Seminário Internacional em Sociedade e Cultura na Amazônia (SISCULTURA/2020). Trata-se de um importante evento do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia (PPGSCA), em nível de mestrado e doutorado, da Universidade Federal do Amazonas, que se realiza a cada dois anos com o objetivo de compartilhar pesquisas e aprofundar estudos sobre a Amazônia Profunda.
Coordenado pela professora doutora Iraildes Caldas, neste ano, o SISCULTURA/2020 se desenvolverá em torno da temática da Conflitualidade e da questão indígena na Pan-Amazônia, e promove um amplo “debate e torno dos processos de destituição e vilipêndio dos direitos dos povos originários no atual contexto brasileiro”.
Temas como a perda dos direitos dos povos indígenas, as ameaças e retaliações das políticas indigenistas, remetem para a perda da soberania e comprometimento da Amazônia em seus aspectos culturais e socioambientais, serão tratados no decorrer do evento.
A abertura SISCULTURA/2020 contou com diversos estudiosos das temáticas transversais do evento e com a conferência ‘Ideias para adiar o fim do mundo: conflitualidade e massacre indígena na Amazônia’, proferida pelo professor doutor Ailton Alves Lacerda Krenak. Mais conhecido como Ailton Krenak, ambientalista e escritor, doutor honoris causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora, é uma das lideranças indígenas mais atuantes e reconhecidas no Brasil e em diversos outros países.
A partir do debate com Ailton Krenak diversas questões socioculturais, saberes e conhecimentos que potencializam o desenvolvimento humano, os modos de vida dos grupos étnicos e dos chamados povos tradicionais, que ocupam o território milenarmente serão abordados em diversas atividades como minicursos, grupos de trabalhos, mesas-redondas e painéis. A programação online pode ser conferida em: https://www.even3.com.br/4siscultura2020/.
No decorrer das atividades acadêmico-científicas, o SISCULTURA/2020 aprofundará temas vinculados com as relações de poder, com o Estado Nacional e os poderes públicos locais, numa interlocução com as vozes indígenas e suas representações, com as universidades e os movimentos sociais. O evento realizado em plataformas online confirma o uso das novas tecnologias para a produção do conhecimento que não parou nem mesmo nas fases mais intensas da pandemia.
Os cursos de mestrado e doutorado seguiram suas rotinas de estudos se ajustando aos prazos das instituições que regulamentam a pós-graduação. Entretanto, eventos científicos de tamanha envergadura, não dispensam o encontro presencial de estudiosos e estudiosas nacionais e internacionais que costumam participar de eventos científicos para intercambiar experiências exitosas ou firmar parcerias solidárias para fazer avançar a ciência em regiões mais afastadas e com maiores dificuldades, especialmente na área de fomento para a produção da científica.
Marcia Oliveira é doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia (UFAM), com pós-doutorado em Sociedade e Fronteiras (UFRR); mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia, mestre em Gênero, Identidade e Cidadania (Universidad de Huelva - Espanha); Cientista Social, Licenciada em Sociologia (UFAM); pesquisadora do Grupo de Estudos Migratórios da Amazônia (UFAM); Pesquisadora do Grupo de Estudo Interdisciplinar sobre Fronteiras: Processos Sociais e Simbólicos (UFRR); Professora da Universidade Federal de Roraima (UFRR); pesquisadora do Observatório das Migrações em Rondônia (OBMIRO/UNIR). Assessora da Rede Eclesial Pan-Amazônica - REPAM/CNBB e da Cáritas Brasileira.
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