Da Redação
MANAUS – O Ministério da Saúde (MS) e Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) vão reforçar o combate ao sarampo no Amazonas. A mobilização, em parceria com as secretarias de Saúde do Estado (Susam) e do município (Semsa) é evitar o aumento da incidência da doença em Manaus. O Amazonas tem 1.441 casos notificados de sarampo e 263 confirmados.
“Desde o primeiro momento estabelecemos protocolos para toda a rede de atendimento pública e privada, com fluxo e encaminhamento de pacientes identificados com suspeita de sarampo às unidades de referência. Foi criada a Sala Estadual de Resposta Rápida para Surto de Sarampo, para monitorar os casos suspeitos e confirmados. As Fundações de Vigilância em Saúde (FVS) e de Medicina Tropical (FMT) vêm promovendo a capacitação e treinamento, presencial e com uso de tecnologia de educação à distância, dos servidores de saúde de todos os municípios. Como não tínhamos sarampo há pelo menos 18 anos, muitos profissionais nunca tinham lidado com a doença”, disse o secretário de Saúde do Estado, Francisco Deodato.
O coordenador do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do MS, André Luiz de Abreu, afirmou que a missão da equipe que está em Manaus é somar com as ações que já estão sendo realizadas pelo Estado e municípios. “Até o momento, as ações locais têm sido positivas e agora precisamos avançar para uma outra fase, que é otimizar a forma de trabalho, o fluxo de informação e a interação entre a área de vigilância, a área de assistência e a cooperação internacional, para que a gente possa conter esse surto, num menor espaço de tempo possível”.
Segundo Luiz de Abreu, o grande desafio continua sendo melhorar a cobertura vacinal, que no Brasil está abaixo do recomendado, que é 95%. O Amazonas segue próximo à média nacional, com 79,4%. “A baixa cobertura é uma preocupação nacional. Mais do que nunca, precisamos aumentar a cobertura vacinal para interromper o ciclo de transmissão.”, completou.
O diretor da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde), Bernardino Albuquerque, disse que entre as medidas propostas no plano de ação está aumentar a faixa etária do público alvo da vacina tríplice viral (caxumba, sarampo, rubéola) para pessoas com até 29 anos. Também foi decidido que a divisão geográfica da cidade, em relação ao bloqueio, não será mais o Distrito de Saúde e sim o bairro, para restringir ainda mais o perímetro de ação. “O sarampo tem essa característica de ser extremamente contagioso e com o período de dez dias de transmissão, por isso, é necessário que até 24 horas após a notificação, a equipe de investigação epidemiológica deva realizar ação de bloqueio”, disse.
Para o representante da OMS, Berbardino Vitoy, é necessário alcançar além da meta de vacinar 95% do público alvo. “No momento de surto, a gente precisa vacinar muito, para ir além da meta de cobertura vacinal. A gente precisa interromper a circulação do vírus, porque, senão, não para o surto e continuam surgindo novos casos nesses cinco por cento que não estão vacinados. Agora, a missão é perseguir a interrupção de transmissão”, reforçou.
De acordo com a 13ª edição do Boletim Epidemiológico da Sala de Resposta Rápida para Surto de Sarampo do Amazonas, divulgada nesta quinta-feira (21/06) pela FVS, foram notificados, até o momento, 1.756 casos da doença no Estado. A capital, Manaus, tem 1.441 casos notificados; Manacapuru tem 256; Rio Preto da Eva tem 10; Parintins tem 8; Iranduba tem 7 e Humaitá tem 6 casos. Foram confirmados 263 casos em Manaus e descartados 125. Outros 1.368 casos suspeitos seguem em investigação no Estado.