MANAUS – Nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 9, uma aglomeração começou a se formar em frente à agência da Caixa Econômica do bairro Jorge Teixeira, na zona leste de Manaus. Certa de 200 pessoas se amontoavam à espera da abertura da agência.
Antes das 9h, uma forte chuva atingiu a região e parte dos clientes foi posta para dentro. Mas do lado de fora, sob a chuva, ainda era grande o número de pessoas, sem o afastamento exigido pelas autoridades de saúde.
Esta agência da Caixa não é um caso isolado. Em Manaus, as agência bancárias durante toda a semana foram muito procuradas e as filas eram comuns. Em algumas, as filas eram do lado de fora e dentro das agências.
Neta quinta-feira, a Defensoria Pública do Estado do Amazonas conseguiu na Justiça estadual uma decisão que obriga a Prefeitura de Manaus a fazer desinfecção contínua nas vias e espaços públicos.
Um equívoco de quem olha para as ações na Europa e não consegue enxergar o que acontece debaixo do próprio nariz.
Na semana passada, a reportagem do ATUAL informou à secretaria Municipal de Saúde sobre o atendimento precário nas padarias de bairros, que estão autorizadas a funcionar na quarentena.
Em cima dos balcões de atendimento, as bandejas e cestas de pães cobertas com uma tela de tecido ficam exposta às gotículas de saliva tanto do cliente quanto do atendente. Os atendentes, sem máscaras de proteção, e recebem o dinheiro por cima dos pães.
A pessoa que recebeu as informações na Semsa disse que repassou para a Visa Manaus, que faria vistoria no local para orientar os estabelecimentos. Uma semana depois, continua tudo como antes.
O isolamento social em Manaus tem funcionado apenas para os grandes estabelecimentos, que fecharam as portas. Mas as ruas continuam cheias de carros, dia e noite.
As autoridades precisam sair às ruas, conhecer a realidade dos bairros e agir para frear o efeito devastador da pandemia de coronavírus.
O Amazonas começa a virar notícia nacional pelo aumento assustador do número de casos confirmados (899 nesta quinta) e do número de mortos (40 mortes em 17 dias).