Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O juiz Victor André Liuzzi Gomes, do TRE (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas), deu prazo de dez dias para que a PF (Polícia Federal) do Amazonas responda a viabilidade técnica de quebrar a senha de celular em outra superintendência do país. O aparelho é peça de investigação em ação do ex-governador Amazonino Mendes contra o atual, Wilson Lima.
O envio do ofício ocorre após a ausência de reposta a uma solicitação com o mesmo teor enviada pelo juiz ao superintendente da PF do Amazonas no último dia 7 de maio. O magistrado havia dado o prazo de 15 dias, mas não houve resposta.
Gomes quer evitar “deferimento de diligência impossível” em representação ajuizada por Amazonino Mendes contra Wilson Lima por suposta compra de votos a favor do então candidato do PSC pelo ex-prefeito de Nhamundá Mário Paulain nas eleições de 2018.
Paulain foi preso pela Polícia Civil em outubro de 2018 na Pousada Tucunaré, em Nhamundá. Com ele, policiais apreenderam material de campanha de Wilson Lima, R$ 2,2 mil, recibos comerciais com valores de até R$ 1,5 mil e o celular do ex-prefeito.
Os materiais apreendidos foram apresentados ao TRE-AM como provas para pedir a cassação do diploma de Wilson Lima. Em novembro de 2018, o juiz auxiliar do TRE-AM Ricardo Augusto de Sales determinou que a Polícia Federal realizasse perícia no celular de Paulain.
Em relatório enviado ao TRE-AM em abril de 2019, a PF informou que havia tentado várias técnicas periciais para abrir o aparelho de Paulain, mas não havia conseguido acessar as informações existentes no celular que estava bloqueado por senha.
À época, o perito criminal federal Bruno Garbe Júnior disse que havia conseguido apenas extrair arquivos de dois cartões SIM card, que continham somente 12 contatos telefônicos pré-instalados pela própria operadora, como ambulância e bombeiros.
Em agosto de 2019, os advogados de Mendes pediram nova perícia no celular e a quebra do sigilo telefônico de Paulain e a defesa de Lima pediu a extinção do processo. Desde então, o processo emperrou e só voltou a ter movimentação no último dia 5 de maio.
Acolhendo o parecer do MPE (Ministério Público Eleitoral), o juiz Victor Gomes, no dia 7 de maio, determinou que o superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, respondesse, em 15 dias, a viabilidade de quebrar a senha em outro estado.
De acordo com o TRE-AM, o prazo para resposta encerrou e o superintendente não se manifestou. Por isso, no dia 12 de junho, Gomes decidiu enviar um segundo ofício concedendo o prazo de mais 10 dias para que Saraiva responda a demanda.