MANAUS – A pavimentação da BR-319 é pauta dos políticos do Amazonas há mais de 20 anos. Entra governo e sai governo, a promessa de recuperação dos trechos intrafegáveis fica, não passa disso: promessa.
Senadores, deputados federais, deputados estaduais… A lista é longa dos políticos que já usaram a estrada abandonada para expor sua imagem ao eleitorado. Os amazonenses perderam as contas de quantas caravanas foram realizadas em prol da BR.
Políticos de oposição ao governo federal e políticos aliados do governo sempre usaram o mesmo discurso: “pelo fim do isolamento do Amazonas e Roraima do resto do Brasil e pelo bem do desenvolvimento dos dois Estados”.
De concreto, mesmo, só os parcos reparos em tempos de verão amazônico e os atoleiros nos tempos de chuva. A BR-319 permanece lá, imponente, rasgando a floresta, na cor amarela, à espera do tão propalado asfalto.
Promessa de campanha de tantos candidatos a presidente da República, os defensores da não pavimentação venceram até aqui a batalha contra os que defendem o asfalto de ponta a ponta da rodovia federal.
Jair Bolsonaro foi mais um presidente eleito que prometeu a pavimentação. Nos dois primeiros anos, nada será feito.
Para 2021, o Ministério de Infraestrutura promete inicias as obras de um trecho de 52 quilômetros, que representa apenas 10% da extensão que precisa ser recuperada.
A nova promessa do ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, é de que em 2021 o ministério comece a trabalhar para preparar licença ambiental e licitação para o trecho do meio, de 405 quilômetros, que são os mais críticos e polêmicos. Obra, se houver para esse trecho, só em 2022.
Até lá, o amazonense pode torcer para que nada dê errado, mas não deve comemorar antecipadamente, como estão fazendo aqueles mesmos políticos que tanta firula já fizeram em cima desse tema.