Por Jullie Pereira, da Redação
MANAUS – Os deputados estaduais do Amazonas usaram a tribuna, na manhã desta quinta-feira, 18, para se manifestarem contra decisão do presidente Jair Bolsonaro que reduz a alíquota de imposto de importação de bicicletas de 35% para 20% até dezembro de 2021. Os deputados disseram que o objetivo é acabar com a Zona Franca de Manaus, causar tragédia, retirar direitos e destruir a Floresta Amazônica.
Eles alegam que a medida deve afetar 5 mil empregos no estado, favorecendo empresas da China, que poderão lucrar com a redução dos impostos. O deputado Serafim Corrêa (PSB) afirmou que a medida cria instabilidade jurídica e fragiliza as empresas que podem querer investir na Zona Franca.
“O ministro Paulo Guedes quer acabar com a Zona Franca, mesmo. Mês sim outro também eles criam problemas que não existem para que os investidores fiquem assustados; porque quem virá para cá se a regra do jogo é uma num dia e no outro dia uma canetada do presidente muda tudo?”, disse o deputado.
Dermilson Chagas (Podemos) disse que o presidente sente prazer em retirar os direitos da população e lembrou que não é a primeira vez que toma decisões que prejudicam o Amazonas.
“Não é a primeira vez que ele ataca a Zona Franca, faz parte do prazer dele canibalizar os direitos adquiridos lá atrás com a Constituição. A Zona Franca é atrativa por causa desses incentivos, a partir do momento que o líder maior se manifesta dessa forma ele destrói uma esperança de vir mais empresas para cá e gerar mais emprego”, disse.
Álvaro Campêlo (PP) sugeriu que a Assembleia emita uma nota de repúdio ao Ministério da Economia. “Necessário que possamos nos somar para evitar essa tragédia que se anuncia para o Polo Industrial da Zona Franca de Manaus. Essa Casa precisa emitir uma nota ao Ministério da Economia tratando deste assunto, dizendo que nós não concordamos com essa medida que vai ser letal para os nossos empregos”, defendeu.
A deputada Alessandra Campêlo alegou que a medida pode destruir a Floresta Amazônica, considerando que os empregos gerados pela Zona Franca são responsáveis por manter a renda da população e consequentemente a preservação da fauna e da flora. Ela também pediu que um documento seja enviado ao governo federal.
“No Amazonas, destruir o polo de bicicletas é destruir a floresta amazônica e a vida das pessoas, o que mantem nossa floresta em pé, é exatamente o fato de termos um polo industrial que garante o emprego e renda da nossa população. Portanto presidente eu quero sugerir que o vossa excelência enviasse um apelo ao governo federa pra rever essa posição. Devemos nos pronunciar em apoio à nossa bancada federal, contra essa medida”, disse a deputada.
É possível assistir as declarações dos deputados AQUI.