Da Folhapress
Sem dar detalhes, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira, 3, ter dado ordens verbais à sua equipe para restringir o uso de aviões da FAB (Força Aérea Brasileira).
“O que tinha que resolver na conversa já resolvi. Minha palavra vale mais que papel. Já tá bem melhor a questão de uso dos aviões da Força Aérea”, disse ao chegar ao Palácio da Alvorada e ser questionado sobre se pretende alterar regras para uso de aviões da FAB.
“Verbalmente eu já dei as ordens”, acrescentou.
Jornalistas insistiram para que ele dissesse quais seriam as novas restrições, mas o presidente não quis responder.
“Não vou te falar, foi verbal. Vai cair o uso de avião da Força Aérea”, afirmou, demonstrando impaciência e dizendo que não trataria mais do assunto.
As mudanças em uso de aeronaves da FAB ocorrem após o governo demitir o secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini, por voar um jato exclusivo de Davos, na Suíça, para Déli, na Índia.
Bolsonaro demitiu Santini pela imprensa no início da semana passada. No dia seguinte, o número 2 da Casa Civil foi nomeado para outra função na pasta e 12 horas depois, exonerado, após repercussão negativa.
Questionado pela reportagem se esteve com o ex-servidor para tratar da nomeação sobre o novo cargo, Bolsonaro encerrou a entrevista, aparentando irritação.
“Acabou a coisa aqui.”
Bolsonaro também não quis responder a uma pergunta sobre o futuro de Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Casa Civil, que ficou enfraquecido com o episódio de Santini.
“Como eu não sou de recuar, né, não vou te responder, tá ok?”, respondeu, após ficar alguns minutos em silêncio.
Aliado de primeira ordem de Bolsonaro durante a campanha, Onyx viu seu poder ser diminuído no primeiro ano de gestão.
Ele assumiu uma Casa Civil que era responsável pela análise jurídica e articulação política do governo. Em junho de 2019, as duas funções foram transferidas para outra pasta.
Na semana passada, em meio à crise envolvendo o uso de jatinho da FAB, o presidente decidiu retirar de Onyx o PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) e levá-lo para os cuidados de Paulo Guedes (Economia).
O futuro de Onyx ainda permanece incerto no governo, embora ele negue qualquer reforma ministerial.