MANAUS – O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB) começou, nesta sexta-feira, 16, a participar das negociações para garantir o funcionamento da Fundação Nokia. Ele se reuniu com diretores da instituição e representantes da recém-criada Associação de Amigos da Fundação para traçar estratégias de como manter o funcionamento da escola técnica que beneficia alunos oriundos da rede pública e privada.
O encontro foi realizado na própria Fundação Nokia, localizada no Distrito Industrial. Atualmente a instituição, que é mantida pela Microsoft, que comprou a fábrica da Nokia, está com seu processo seletivo para o Ensino Médio Técnico suspenso devido à saída da Microsoft do Polo Industrial de Manaus.
Na reunião, o prefeito assumiu o compromisso de intermediar acordos junto a outros órgãos do poder público e buscar novos investidores para a Fundação, que passaria a ter um modelo de governança independente e compartilhado. “Entramos nessa luta com força total, sensibilizando a Microsoft nesse processo de transição e buscando uma nova empresa que seja mantenedora da Fundação de maneira compartilhada com outros órgãos”, explicou o prefeito.
Ainda segundo prefeito, uma nova reunião com a diretoria da escola, o Ministério Público do Estado do Amazonas e representantes da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) está marcada para o próximo dia 29, às 9h, na sede da Suframa. Na ocasião, serão apresentadas as propostas que podem beneficiar a Fundação.
O presidente da Associação Amigos da Fundação, Fredson Encarnação, disse que a proposta da entidade é criar um fundo compartilhado para que a instituição não fique dependente de uma única empresa. Ele lembrou que antes de a Nokia ser mantenedora, a instituição de ensino denominada Fundação Mathias Machline passou por uma crise ainda pior do que passa a Fundação Nokia, quando a mantenedora, que era a empresa Sharp do Brasil, fechou as portas no Polo Industrial de Manaus. “Naquela época os alunos precisavam levar de casa até papel higiênico”, disse.
Pela proposta da Associação, o fundo compartilhado deverá ter a participação da indústria, do comércio, da sociedade, através de contribuições de pessoas físicas, e dos governos municipal e estadual, que poderiam contribuir, inclusive, com incentivos fiscais a empresas que contribuíssem para a manutenção da unidade de ensino.
Depois da reunião, o prefeito Arthur Virgílio Neto disse que “o principal ponto é rediscutir o modelo de governança privado, substituindo por um modelo híbrido, que possibilite o investimento de múltiplas entidades.” Os termos de um acordo deve ser detalhado na reunião na sede da Suframa, no dia 29.
Processo seletivo
Na reunião desta sexta, além de discutirem a necessidade da continuidade dos serviços oferecidos pela Fundação, os participantes também disseram que a prioridade é encontrar uma alternativa para reabrir o processo seletivo para novos alunos em 2016. “Nós estamos trabalhando em conjunto com a Microsoft e agora mais especialmente com a recém-formada Associação Amigos da Fundação, composta por ex-alunos e todos aqueles que tenham estima pela causa de educação no Estado. Nossa preocupação é dar uma resposta ao clamor da sociedade e poder realizar a 30ª edição do processo seletivo o mais rápido possível, mantendo o ciclo do projeto social”, defendeu a diretora-executiva da Fundação Nokia, Fabiola Bazi.
“Sabemos que muitos pais estão se sentindo angustiados porque seus filhos têm estudado há dois anos para ingressar na Fundação em busca de uma possibilidade de mudar o seu futuro, uma vez que os alunos já saem preparados para o mercado de trabalho. Nós acreditamos que é possível fazer a transformação social por meio da educação, desde que seja uma educação de qualidade”, completou o presidente da Associação Amigos da Fundação, Fredson Encarnação.
A Fundação Nokia existe há 30 anos e oferece os cursos de Eletrônica, Informática, Telecomunicações e Mecatrônica em período integral. A média de candidatos por processo seletivo é de 3.500 concorrendo a 160 vagas, sendo 70% destinadas aos alunos vindos da rede pública.