Da Redação
MANAUS – O ex-governador do Amazonas, Amazonino Mendes, informou, através de sua assessoria, que a decisão de seus advogados em renunciarem a ações na Justiça Eleitoral não tem a ver com dívida de honorários, mas com a promessa feita por ele após as eleições de 2018 em não continuar com os processos contra o governador Wilson Lima para tentar “mudar a vontade do povo”.
“Amazonino disse que não iria constituir advogado para levar o processo adiante. Ele disse que não moveria nenhuma palha para o terceiro turno. A ação dos advogados nada mais é que uma consequência da decisão do ex-governador”, afirmou a assessoria de comunicação de Amazonino.
A assessoria também informou que não há nenhum valor devido aos advogados porque eles foram pagos para trabalhar no período da campanha eleitoral de 2018. “Depois disso, haveria necessidade de dar continuidade e o governador optou por não continuar”, afirmou a assessoria.
Os advogados Daniel Fábio Jacob Nogueira, Ney Bastos Soares Júnior, Marco Aurélio de Lima Choy e Marcos dos Santos Carmo Filho renunciaram, nessa segunda-feira, 14, os poderes para atuar em todas as ações no TRE (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas) a favor do ex-governador. O grupo de advogados, que atuou na campanha do ex-governador nas eleições de 2018, alega que a renúncia acontece em função do “inadimplemento dos honorários devidos” aos mesmos.
De acordo com o advogado Marco Aurélio Choy, o grupo continuará atuando nos próximos dez dias, até que o ex-governador Amazonino Mendes indique outro advogado. “Na realidade, não foi apenas quanto a esse processo. Foi quanto a todos os processos. Nós defendíamos o ex-governador até o presente momento. A partir da notificação, que foi feita ontem, nós temos 10 dias para continuar atuando no processo e, nesse intervalo de tempo, o ex-governador deve constituir um novo advogado para continuar defendendo seus interesses, se assim desejar”, afirmou Choy.
Marco Aurélio afirmou que o grupo não pretende ingressar com ação na Justiça para receber os valores devidos, apenas vão aguardar o contato pelo ex-governador.
Esses valores, segundo Choy, não foram revelados devido a uma cláusula de confidencialidade assinada pelos advogados que compõem a associação. “(O valor) não é muito substancial, mas é o contratado. Não, infelizmente, não (podemos dizer valores). Nós temos uma cláusula de confidencialidade”, afirmou.
Uma das ações envolve o ex-prefeito de Nhamundá (a 302 quilômetros de Manaus) Mário José Chagas Paulain, que é suspeito de comprar votos a favor do então candidato a governador Wilson Lima (PSC). Nessa ação, a coligação de Amazonino pede a cassação do registro ou do diploma da chapa encabeçada por Wilson Lima.
Amazonino Mendes acusa Mário Paulain de comprar votos para Wilson Lima no primeiro turno das eleições. De acordo com os advogados de Amazonino, no dia da prisão, a polícia apreendeu, no carro em que estava o ex-prefeito, material de campanha de Wilson Lima, R$ 2.200,00, recibo comercial com canhoto com diversas anotações e um título de eleitor.
Ainda conforme os advogados, a polícia também encontrou duas pessoas e uma criança de colo dentro de um banheiro.
Veja o documento assinado pelos advogados: