Da Redação
MANAUS – O candidato a senador Luiz Castro (PDT) quer defender em Brasília, caso eleito, que o amazonense pague menos pelo consumo de energia elétrica. De acordo com Castro, o Amazonas é o Estado que paga a energia mais cara do Brasil. Ele pretende promover a união das bancadas dos estados da região Norte para atuar em assuntos comuns.
Luiz Castro foi entrevistado nesta terça-feira (30) pelo ATUAL na sequência de conversas com os postulantes à vaga do Amazonas para o Senado Federal em disputa na eleição de 2 de outubro.
O argumento para que o consumidor no Amazonas seja excluído da bandeira tarifária é a contrapartida da preservação da Floresta Amazônia e os benefícios que isso trás para o estado e o país.
“Nós não poderíamos pagar uma energia tão cara. Nem sequer ser enquadrado nas bandeiras tarifárias porque a nossa floresta em pé produz mais de 50% das chuvas que caem no Centro-Oeste, no Sudeste, no Sul do Brasil, no Paraguai, Uruguai, Argentina, conforme estudos científicos do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais)”, afirma.
O candidato diz que faltou articulação e interesse da bancada federal para evitar que os amazonenses fossem incluídos na cobrança de bandeiras tarifárias diferentes e com maior custo. Luiz Castro culpa o Ministério de Minas e Energia pela situação.
“O amazonense deveria pagar uma tarifa mais barata. Mas nós tivemos um ministro das Minas e Energia lá [Eduardo Braga] que permitiu que a política da composição tarifária da energia elétrica acabasse caindo nesse descalabro do amazonense, que tem uma renda média muito inferior do paulista, a pagar uma conta muito mais cara do que ele, do que o carioca, do que o mineiro”, disse.
Para Luiz Castro, os atuais parlamentares não exercem os mandatos da forma correta e depois de eleitos se distanciam do povo. “Algum dos senadores se posicionou em relação a isso? Nenhum. Não faz diferença para eles pagar uma conta de mil, de quatro mil, cinco mil. Os senadores se distanciam da vida do povo. Eles vivem uma vida irreal, no Olimpo, como ‘semideuses’. É preciso descer ao chão da vida real. É preciso conversar com o povo. O motorista de Uber que está enfrentando dificuldades. É o gari, é um ambulante”.
Outro ponto que Luiz Castro comentou foi o repasse das perdas com o sistema para o consumidor que paga a conta em dia e de forma honesta. Essas perdas são a cobrança de desvios, feitos tanto pelo consumidor individual quanto por estabelecimentos comerciais e industriais. “Essa é uma das bandeiras mais importantes pra mim como futuro senador. É fundamental não é só para o consumidor residencial. Fundamental para nossa indústria, também”.
Frente Amazônica
Ex-deputado estadual, Luiz Castro defende a união das bancadas dos estados amazônicos para a defesa de necessidades comuns. “Nós temos que criar a frente parlamentar da Amazônia. A região tem 50% do território nacional e uma população expressiva, mas é fraca politicamente, fragmentada”.
“Nós temos um problema seríssimo em relação aos custos de energia elétrica. Não é só no Amazonas, é também nos outros estados vizinhos, o Pará também, e parece que os estados estão todos de costas um pros outros. Parece que o Pará é nosso concorrente. Não é”, disse.
Segundo o candidato, o Pará perde receitas por conta da Lei Kandir que isenta de ICMS as exportações de commodities do agronegócio e dos minérios.
“Há anos que o Pará vem tentando mudar a Lei Kandir e o Amazonas fica só observando. De outro lado nós estamos sempre sendo ameaçados no nosso polo industrial. Por que não vamos nos unir aos paraenses pra ajudá-los a mudar a Lei Kandir em benefício deles? E ao mesmo tempo ganhar o apoio deles pra nos ajudarem a defender a Zona Franca”.
O Senado Federal é composto por 81 membros, três por unidade federativa do Brasil (26 estados e mais o Distrito Federal).