Do ATUAL
MANAUS – O deputado federal Alberto Neto (PL), candidato a prefeito de Manaus, defendeu em entrevista nesta quinta-feira (5) que a população na capital amazonense volte a usar o transporte coletivo, mas, segundo ele, o sistema precisa receber investimentos para “ser rápido, ter qualidade e ser seguro”. Ele defendeu a implementação de outros modais.
“As grandes cidades no mundo todo investem em transporte público porque o espaço é limitado. Se a gente continuar comprando carro e moto… não tem mágica. Por isso que a gente investe em transporte coletivo, para o transporte ser rápido, com qualidade e seguro para as pessoas deixarem de andar de carro e moto e começarem a consumir o transporte coletivo. A gente tem que iniciar esse processo”, afirmou Alberto Neto.
O candidato foi o quinto candidato sabatinado pelos jornalistas do Grupo dos Seis, formado pelo formado pelo AMAZONAS ATUAL, Blog do Hiel Levy, Portal Único, Portal do Marcos Santos, site BNC Amazonas e site Mário Adolfo. A entrevista está disponível no Youtube.
Manaus, que tem 2 milhões de habitantes, “vive um drama na mobilidade urbana”, disse Alberto Neto. O transporte público é composto apenas por ônibus. Os carros de aplicativos são opções, em geral, mais caras para quem quer se locomover entre bairros distantes. Entretanto, tanto os ônibus como os carros enfrentam os mesmos problemas. O principal deles são os gargalos.
Para Alberto Neto, os problemas têm relação com falta de investimento em infraestrutura e em segurança pública. “Hoje o transporte é lento, é de péssima qualidade, tem ônibus quebrado em cada canto da nossa cidade e é muito perigoso. Só ano passado nós tivemos 1.300 assaltos nos coletivos [ônibus] da nossa cidade. Manaus é a cidade que se mais rouba e furta celular do Brasil. Isso acontece na maioria das vezes nas paradas de ônibus e dentro dos coletivos”, afirmou Alberto Neto.
O candidato propõe implementar o BRT (Bus Rapid Transit, que em português significa Ônibus de Trânsito Rápido) para “melhorar a velocidade” do transporte público. Alberto lembra que outros prefeitos já tentaram criar essa estrutura, mas não continuaram. Para o candidato, com poucos ajustes, será possível implementar o sistema.
“Nós temos que implementar o BRT. Foi iniciado no passado, já tem uma obra que a gente já pode com celeridade conseguir terminar, que é da Cidade Nova para o Centro. Já tem um projeto, está precisando de alguns ajustes. E com pouca infraestrutura a gente consegue tocar implementar o BRT”, disse.
Os jornalistas lembraram que o ex-prefeito de Manaus Alfredo Nascimento, que atualmente preside o PL no Amazonas, iniciou a implantação do BRT, mas até hoje a proposta não foi concretizada. Alberto afirmou que conversou com “técnicos com expertise” para entender que a proposta é viável, não com Alfredo.
Alberto Neto também propôs investir no transporte fluvial e repassar o sistema para a iniciativa privada. O Rio Negro, na orla de Manaus, seria a “via” para embarcações que, em pouco tempo, fariam o transporte entre áreas que por via terrestre levam mais tempo.
“Se você quiser, sei lá, percorrer toda a costa de Manaus pela questão fluvial, você vai ter essa possibilidade”, disse. “Você faz o cálculo. Eu estou lá no Puraquequara [zona leste] e quero ir pro Centro, eu faço o cálculo. Qual o mais rápido? O mais barato? É via fluvial ou de ônibus? Você faz o cálculo e decide. Nos vamos trazer tecnologia para isso”, afirmou o candidato.
Alberto Neto propôs uma revitalização no Centro Histórico de Manaus para implementação do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). “É o nosso antigo bondinho, que tinha na época dos ingleses, para a gente andar nos pontos turísticos do Centro. Está dentro do nosso projeto de revitalização e a gente vai atrás de recurso internacional”, disse.
“O mundo quer investir na nossa terra, a gente precisa ter projeto para isso. Nós não vamos ter dificuldade para conseguir recursos e revitalizar o Centro que precisa de um choque de ordem urgente”, completou Alberto Neto.
O candidato defende instalar câmeras de reconhecimento facial nos ônibus do transporte coletivo para inibir assaltos. “Se entrar um foragido dentro de um coletivo da cidade, a gente precisa integrar isso ao sistema de segurança pública. Se ele entrar dentro do coletivo, vai ter o reconhecimento facial com os dados do sistema de segurança pública. A viatura mais próxima vai fazer a abordagem e vai levar ele para a cadeia”, afirmou.
Alberto propôs ainda incluir o “botão do pânico”, que vai acionar a viatura mais próxima para atender ocorrências em veículos que serão monitorados por GPS.
“A população vai poder marcar o ônibus que ela quer e acompanhar todo o trajeto do ônibus. Tanto a população como a política também vai acompanhar. E a viatura mais próxima, após o anúncio do assalto, de maneira rápida, vai chegar no local do crime”, afirmou.