O pedido de exoneração do ex-deputado Humberto Michilles da Secretaria Municipal de Educação (Semed) pode ter pego a população de surpresa, mas a saída dele já vinha sendo articulada desde dezembro do ano passado pelo chefe da Casa Civil, Márcio Noronha, e um grupo do qual ele faz parte e está, praticamente, definindo os passos da gestão do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB). O embate entre Noronha e Michilles começou em novembro de 2014, quando o chefe da Casa Civil ainda era secretário de Governo e passou a desfazer decisões administrativas de Michilles para beneficiar pessoas de seu grupo que atuam na Semed, entre elas o subsecretário de Administração e Finanças Luís Fabian Barbosa e o subsecretário de Infraestrutura e Logística Franklin Jaña Pinto. Humberto Michilles tentou, por duas vezes, demitir os dois gestores, neste ano, por não concordar com a tomada de decisões de ambos, principalmente, sobre contratos com empresários, mas foi barrado por Noronha. A verdade é que desde quando assumiu a Semed, em dezembro de 2013, Michilles não conseguia resolver demandas dos setores de Finanças e Logística da secretaria, porque Fabian e Frank não abriam a “caixa preta” de suas subpastas. Diante da incapacidade administrativa, Michiles preferiu pedir para sair.
Sob anuência do chefe
Fontes com trânsito livre no Palácio Rio Branco afirmam que desde o início da gestão de Humberto Michilles na Semed, Arthur Virgílio Neto sabia dos interesses de seu chefe da Casa Civil em administrar de longe a pasta, e tinha conhecimento da atuação questionável dos subsecretários Luís Fabian e Franklin Pinto. Mas preferiu fazer de conta que o caso entre o secretário e os subordinados era uma rixa pessoal.
Boicote em casa
E ao saber que Michilles se recusava a atuar como um “secretário-figurante” da Semed, o prefeito tentou boicotar o próprio subordinado, orientando Márcio Noronha a segurar publicações no Diário Oficial para estagnar a gestão da Semed e acumular motivos para ele mesmo demiti-lo. A ideia era passar para a imprensa que a saída do gestor seria motivada por incompetência. Mas Michilles percebeu o jogo e apressou-se em oficializar sua demissão.
Motivo pessoal
Oficialmente, Márcio Noronha disse que Humberto Michilles alegou motivo pessoal para o pedido de demissão. A mulher do ex-secretário, de fato, está fazendo tratamento de saúde e tem viajado para fora do Estado, às vezes acompanhada do marido, mas ninguém que conhece Michilles aposta que esse tenha sido o motivo para ele deixar a pasta com o maior orçamento do município.
Observação
As informações acima, de forma alguma, caracterizam defesa de Michilles e nem lamento pela saída dele do cargo. Aliás, a Semed vinha sendo comandada por um político que tem apenas o ensino médio. Nas eleições de 2010, quando disputou vaga de deputado federal, constava como grau de instrução “superior incompleto”. Não consta que depois Michilles tenha concluído curso superior. A responsabilidade da escolha do secretario é do prefeito, é bom que se diga.
Ambientalistas preocupados
O anúncio de Antônio Stroski para a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) deixou ambientalistas preocupados. Atual comandante do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Stroski tem deixado a desejar na fiscalização de crimes ambientais.
Máfia do lixo
Um exemplo: Stroski não compareceu a uma reunião na Câmara de Manaus, na semana passada, que discutiu a existência de uma ‘máfia’ de empresas que atuam com lixeiras clandestinas sem licenciamento ambiental. Há mais de um mês, ele tem sido cobrado pelos vereadores a apresentar essas licenças, mas até hoje não respondeu aos requerimentos.
Apresentação do líder
Durante o anúncio do nome de Strosky para a Sema e de Ana Aleixo para o Ipaam, o governador José Melo chamou o deputado David Almeida (PSD) e o apresentou como o seu novo líde na Assembleia Legislativa, no lugar de Sidney Leite (Pros). Melo deu um recado aos secretários: “O mantenham informado sobre tudo o que acontece no governo, porque ele será o nosso porta-voz no parlamento”.
Suframa parada
O presidente do Sindicato dos Servidores da Suframa, Anderson Belchior, informou que que os serviços de atendimento às empresas na autarquia estão parados por falta de pessoal especializado. Ele citou como exemplo o período para a análise de novos projetos de instalação de empresas no Polo Industrial de Manaus que, pela legislação, deveria ser de 120 dias, mas tem demorado oito meses.
Suframa em movimento
Em texto distribuído pela assessoria de comunicação da Suframa sobre a próxima reunião do CAS (30 de abril), o superintendente Gustavo Igrejas afirma o contrário do que diz o sindicato: “Todas as atividades operacionais da Suframa estão sendo desempenhadas normalmente e dentro do cronograma de trabalho”. Segundo Igrejas, tudo está sendo feito com o apoio e o aval do ministro do MDIC, Armando Monteiro. Não é o que o resto do mundo vê.