MANAUS – Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira, a Procuradoria Regional Eleitoral no Amazonas (PRE/AM) informa que requisitou a instauração de inquérito policial para apurar se houve envolvimento de Evandro Melo, irmão do governador José Melo (Pros), no esquema de compra de votos denunciada pelo programa Fantástico, da Rede Globo, no último domingo, e investigar possível prática de crime de transporte ilegal de eleitores, também mostrada na reportagem. O Ministério Público Eleitoral também informa que remeteu cópia do processo à Procuradoria-Geral da República para análise das informações com referências a José Melo, uma vez que ele possui foro especial por prerrogativa de função por ser governador.
A PRE informou que não teve acesso às provas colhidas pela Polícia Federal durante a investigação criminal que resultou na prisão de três pessoas em um comitê do então candidato José Melo, nas eleições do ano passado, a tempo de apurar e ajuizar ação cível eleitoral que poderia resultado na cassação do mandato do governador.
As prisões foram feitas no dia 24 de outubro de 2014, e entre os presos estava a presidente da ONG Agência Nacional de Segurança e Defesa, Nair Queiroz Blair, que recebeu R$ 1 milhão em contratos com o governo do Estado durante a Copa do Mundo da Fifa. Com eles foram apreendidos documentos que revelam a contabilidade de um esquema de compra de votos, de acordo com reportagem exibida no programa Fantástico, da Rede Globo, no último domingo.
De acordo com a nota, na ocasião, o único documento ao qual a PRE/AM teve acesso foi o comunicado de prisão em flagrante e soltura mediante fiança dos três envolvidos, impossibilitando a propositura de eventual ação cível eleitoral.
O AMAZONAS ATUAL apurou que a PRE recebeu a documentação, mas encaminhou, sem abrir as embalagens, à promotora da 2ª Zona Eleitoral, que ajuizou ação no âmbito criminal contra os três presos, por compra de votos, sem apontar o candidato beneficiado com o crime eleitoral.
A procuradoria promete agir a partir de agora, depois que o caso ganhou repercussão nacional, com a matéria do Fantástico. “Agora de posse de todo o material, a PRE/AM adotou medidas para averiguar o que ocorreu em relação à remessa dos documentos e provas do caso e para dar seguimento, no âmbito criminal, ao trabalho do Ministério Público Eleitoral”, diz a nota.
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