O governador José Melo (Pros) não deve ter vida fácil na Assmbleia Legislativa do Estado e provavelmente irá enfrentar uma oposição maior do que os últimos três governadores (Amazonino Mendes, Eduardo Braga e Omar Aziz) enfrentaram. O desenho da nova oposição, a partir de 2015, tem sido discutido nos bastidores do parlamento por aliados e não aliados do governador. A notícia de que Melo irá cortar cargos jogou ainda mais lenha na fogueira das especulação. Se vai cortar, certamente não será cargos dos aliados, mas dos ex-aliados (leia-se PMDB e PCdoB), partidos que saíram da base para disputar as eleições como adversários, no grupo de Eduardo Braga. Se o corte atingir as secretarias do PMDB e do PCdoB, haverá reação. Eduardo Braga precisa manter-se vivo no Estado e para isso teria a opção de se aliar a Melo e Omar, o que neste momento ninguém aposta, ou jogar na oposição. Com uma sapatada no calcanhar, certamente será mais cobrado e haverá orientação ao grupo para jogar na oposição.
Oposição de fato
Até agora, o que se tem, de fato, é uma redução da oposição na ALE (se PMDB e PCdoB não se rebelarem) para 2015, com a saída de Marcelo Ramos (PSB) do parlamento. Chico Preto, que desde que se afastou da liderança da “maioria” para se candidatar passou a atuar como opositor, também deixa a Assembleia no ano que vem.
Fazendo barulho
Apesar de menor, a oposição decidiu não esperar o próximo ano para agir. Nesta quarta-feira, o deputado Luiz Castro (PPS) apresentou denúncia contra a secretária da Seas e sugeriu ao governador José Melo que reveja a manutenção dela no cargo. Castro também solicitou à Secretaria de Produção Rural todos os convênios da pasta com o governo federal na gestão do PCdoB. Ele diz que tem informação de que grande parte dos recursos foram devolvidos porque a gestão da Sepror não soube usar o dinheiro no tempo certo.
Defesa do indefensável
Sem razão, o líder do governo na ALE, Sídney Leite (Pros), saiu em defesa do governador em relação às críticas de Castro Castro sobre a manutenção da secretária da Seas, e disse que parlamentar de oposição não deve opinar sobre quem Melo mantém no governo. O fato é que o acúmulo de ações de improbidade administrativa contra a secretária Regina Fernandes do Nascimento (são 11 desde 2008) levaria qualquer governante a pensar duas vezes em mantê-la no cargo.
Entre a obra e o discurso
O vereador Marcelo Serafim (PSB) passou no concurso da Secretaria Municipal de Saúde para o cargo de farmacêutico e está lotado no Distrito de Saúde Sul. No entanto, vai se licenciar para continuar na Câmara Municipal até o fim deste ano. Em 2015, ele diz que vai decidir se fica no cargo de vereador ou se assume a profissão de formação. Marcelo também é servidor da Ufam, lotado no Hospital Universitário Getúlio Vargas, e está licenciado. Ele também era servidor concursado da Susam, mas pediu demissão porque não poderia acumular três empregos públicos.
Explicações de Ulisses
Ficou para esta quinta-feira a ida de Ulisses Tapajós ao Tribunal de Contas do Estado para explicar ao procurador de contas Carlos Alberto Almeida as controvérsias sobre os “rombos” e dívidas do município herdadas das gestões passadas. A visita a convite do procurador estava agendada para quarta-feira, mas foi adiada para se adequar às agendas de ambos.
CMM silencia
A base aliada do prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) conseguiu neutralizar na Câmara Municipal de Manaus qualquer reação contra a Secretaria de Finanças do município, que ficou em situação vexatória depois da revelação do Tribunal de Contas de que não houve o “rombo” ou a dívida de R$ 350 milhões da gestão de Amazonino Mendes. A informação sobre o “rombo” foi divulgada pelo secretário da Semef, Ulisses Tapajós, e pelo prefeito Arthur. Os vereadores não quiseram nem tomar conhecimento da verdade, pelo menos em público. Isso é que é ser aliado. E o povo…