Os anos de 2013 e 2014 exigiram bastante das polícias e dos órgãos de segurança pública, em todos os Estados, no país inteiro. No ano de 2015 será diferente?
Em 2013, multiplicaram-se pelo país manifestações civis, em especial durante a Copa das Confederações, quando inúmeros protestos populares reivindicaram direitos e o cumprimento de antigas promessas. O estopim foi a reação desproporcional da polícia ostensiva paulista a um grupo de manifestantes do movimento “Passe Livre”, que pleiteava melhorias no transporte coletivo e a gratuidade do serviço público. Naquele ano, deu-se também uma violenta guerra entre a Polícia Militar e facções criminosas que vitimaram muitos policiais em São Paulo. Ocorreram ainda algumas grandes rebeliões em estabelecimentos penais e diversos outros eventos que marcaram 2013 que impactaram a segurança pública.
O ano de 2014 iniciou e termina com assassinatos de policiais em São Paulo. A partir de março, os preparativos para a campeonato mundial de futebol da Fifa, no Brasil, intensificaram-se. Aconteceram várias inaugurações, em especial relativas aos estádios, a serviços e a obras de infraestrutura. Embora cercado de polêmicas e de dúvidas, o país conseguiu realizar uma das mais concorridas copas de futebol do mundo de que se tem notícia – apesar do vexatório apagão do time do técnico “Felipão”. Outro grande evento de 2014 foram as eleições gerais, que às vezes parece nem ter acabado, em virtude da acirrada disputa entre situação e oposição, revitalizada pela operação “Lava-Jato” e o respectivo petrolão.
No Amazonas, a Polícia Civil atuou de modo eficaz frente aos inúmeros desafios enfrentados, tendo a própria segurança pública alcançado reconhecimento internacional, incluindo o dos turistas que frequentaram o Estado. De fato, teria sido bem diferente se os servidores a Polícia Civil-AM não tivessem contado com uma equipe de gestão dedicada, organizada, ética e moderna, liderada pelo Dr. Josué Rocha. Em especial, uma gestão que se desdobrou para que tudo transcorresse da melhor forma mesmo tendo que lidar com a enorme defasagem de pessoal e de estruturas especializadas de investigação, além dos reiterados adiamentos da progressão funcional dos policiais civis. Apesar de todos os desafios internos e externos, a atual gestão da Polícia Civil-AM promoveu um rigoroso e exemplar enfrentamento à violência e à criminalidade, realizando centenas de operações, milhares de prisões e centenas de milhares de atendimentos à população, conquistando, com isso, uma avaliação positiva entre a população e contribuído para reconhecimento externo de Manaus como cidade-sede mais segura da Copa do Mundo de Futebol da Fifa/2014.
Retomando o cenário nacional para 2015, os efeitos da crise global, que impactaram um pouco depois o país, tendem ainda a influenciar as diretrizes da política econômica e o fluxo de investimentos, bem como a manter a meta de controle da inflação, restringir a oferta de crédito, prosseguir com a política de aumento de juros, sem previsão de maiores investimentos em infraestrutura e na área social além do que já vem sendo realizado. Mesmo assim, pelo que já adiantaram alguns veículos especializados de imprensa, possíveis cortes orçamentários não estão descartados.
No ano de 2015, ao que tudo indica, tende a se manter o acirramento político das disputas entre situação e oposição, sem nenhuma garantia quanto à preservação da estabilidade da ordem pública, da ordem social e da segurança institucional, em especial da mediação política. Dependerá muito do que poderá ser feito, principalmente em termos de estabilidade econômica, controle da inflação, crescimento econômico do país, reforma política e revisão da relação entre o Estado e a sociedade.
O ano em vias de começar, 2015, poderá ser um processo de transição para retomada de certa estabilidade do crescimento econômico e da revisão política do país ou poderá ser mais um ano épico, repleto de eventos políticos e socioeconômicos de grande repercussão geral e simbólica, capaz de formar uma tríade impactante ao lado dos outros dois anos anteriores, porém de questionáveis avanços concretos em termos de desenvolvimento do país.
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