As eleições gerais que vai redefinir a composição da Câmara Municipal de Manaus ainda nem chegou, mas os vereadores já discutem nos bastidores a eleição do novo presidente, que deve ocorrer em dezembro deste ano. Pelo menos quatro vereadores estão interessados no cargo: o atual líder do prefeito, Wilker Barreto (PSDB), o vice-líder Ednailson Rozenha (PSDB), o primeiro vice-presidente da CMM, Sildomar Abtibol (Pros) e o terceiro vice-presidente Luiz Mitoso (PDS). Dos quatro, Mitoso é o que tem menos chances. Wilker queria disputar uma vaga de deputado estadual, mas foi convencido pela cúpula do PSDB a disputar uma vaga de deputado federal, para não concorrer com os candidatos do partido. Agora, acha que o fato de ceder o dá cacife para negociar apoio na eleição da CMM. Rosenha, que desde o início desta legislatura está de olho no cargo de presidente, anda muito próximo do Arthur e empenhado na candidatura de Arthur Bisneto, e acha que isso o ajuda a ganhar o apoio do partido para a disputa do cargo. Sildomar Abtibol, que nestas eleições atua como prefeito interino, também acha que tem cacife para brigar pela vaga. No entanto, todos os pré-candidatos dependem do resultado das eleições gerais e da eleição de Bosco Saraiva para a Assembleia Legislativa. Há a possibilidade, no caso de Bosco não se eleger, de a base aliada se unir para mudar as regras do jogo para permitir a reeleição. A proposta, no entanto, mais divide do que une os aliados de Arthur.
Braga e o MPF
No parecer do Ministério Público, que pediu o arquivamento, este ano, do processo no STF em que o senador Eduardo Braga (PMDB) era acusado de superfaturamento na desapropriação de um terreno, a Procuradoria Geral da República sustenta que o então governador à epoca do fato não sabia que o terreno fora de fato superfaturado. O terreno foi comprado por uma empresa por R$ 400 mil e vendido para o governo, dois meses depois, por R$ 13 milhões. O MPF afirma que quando Braga assinou o decreto de desapropriação, o fez com base em “manifestações técnica e jurídica favoráveis exaradas pelos órgãos competentes” e que “tais pronunciamentos atestaram a regularidade formal do processo e a possibilidade jurídica da desapropriação”. Em outras palavras, Braga decretou sem saber que fora enganado por técnicos do governo. O processo segue, agora na Justiça Estadual, contra os membros do governo, empresa e empresários envolvidos na transação.
Campanha pega fogo
Os números das pesquisas divulgadas esta semana aumentou o desespero nas campanhas de Eduardo Braga (PMDB) e José Melo (Pros), que lideram a corrida pelo governo do Estado. Do lado de Braga, os “militantes virtuais” calibraram a artilharia e passaram a jogar pesado contra o candidato adversário. Os vídeos que eram semanais passaram a ser diários e, agora, mais de um passou a ser postado por dia pelos “soldados”. Do lado de Melo, o desespero é para rebater o conteúdo que começa a incomodar a coordenação da campanha. Braga quer vencer no primeiro turno porque sabe que em um eventual segundo turno não há garantia de vitória.
Vídeos e boatos
Desde o início da campanha eleitoral, Eduardo Braga tem gravado vídeos para rebater boatos nas redes sociais sobre medidas impopulares que ele implementaria caso fosse eleito. Nesta terça-feira, ele gravou um vídeo para rebater o boato de que ele estaria por trás da onda de violência na capital e no interior, incluindo dois assaltos a banco, um no município de Apuí e outro em Manaus. “Agora, numa verdadeira atitude de desespero e de mentira, querem me acusar de estar promovendo essas barbaridades”, diz Braga na gravação.
Processo legislativo
Uma das consequências da subserviência do Poder Legislativo ao Poder Executivo é a aprovação de leis que depois precisam ser corrigidas. Foi o que aconteceu na Câmara Municipal de Manaus com a Lei 1.905/2014, que regulamentou o auxílio-alimentação dos servidores públicos. Uma falha na proposta da Prefeitura de Manaus, aprovada sem discussão pelos vereadores gerou questionamento e protestos nas redes sociais. Nesta terça-feira, o secretário da Casa Civil, Lourenço Braga, foi à CMM dar explicações aos parlamentares e nesta quarta-feira, o prefeito enviará um projeto de lei para corrigir as falhas da matéria aprovada na semana passada.