A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) discursava no parlamento do Congresso Nacional em defesa do projeto de lei que muda a meta de superávit primário da União quando um grupo de manifestantes começou a xingá-la. A líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), interrompeu a sessão e pediu a retirada dos manifestantes da galeria. “Numa sessão em que se debate política, não se admite que uma parlamentar seja chamada de vagabunda”, disse a deputada. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), determinou a retirada. Deputados da oposição, no entanto, fizeram escudo humano e impediram o esvaziamento do local. Houve empurra-empurra, socos, pontapés, e um manifestante disse ter sido atingido por uma arma de choque de um policial do Senado. Um dos manifestantes, o advogado Mauro Scheer, disse que os manifestantes não xingaram a senadora Vanessa Grazziotin. “Não dissemos ‘vagabunda’ e sim ‘vai pra Cuba’. Mas ela não escuta bem”, ironizou. A sessão foi adiada para esta quarta-feira, 3, e os manifestantes prometem voltar às galerias do Congresso.
Assista ao vídeo com parte do discurso de Vanessa
Saída genial
Josué Neto (PSD) saiu-se com um argumento no mínimo inusitado para defender os dez parlamentares e ex-parlamentares denunciados pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) por ato de improbidade administrativa por promulgarem uma lei aprovada na Assembleia Legislativa para dar uma pensão vitalícia ao ex-vereador de Boca do Acre Moisés Pantoja de Lima. O MP-AM aponta como responsáveis o ex-presidente da ALE Belarmino Lins (PMDB) e todos os membros da Mesa Diretora em 2010, entre eles Josué Neto, atual presidente, para quem a concessão da pensão graciosa foi um ato institucional. Assim, não há que responsabilizar ninguém, mas tão somente a instituição, como se uma instituição existisse sem as pessoas.
Eleição com o regimento
Um grupo de vereadores está decidido a barrar no plenário da Câmara Municipal a proposta do presidente Bosco Saraiva (PSDB) de antecipar para o dia 9 deste mês a eleição do presidente da Casa e dos demais membros da Mesa Diretora. Bosco disse, na semana passada, que iria submeter a proposta aos colegas em plenário. Esse grupo quer que o regimento interno seja cumprido e que a eleição seja feita na última sessão do ano, no dia 18. Há apostas de que Bosco será derrotado se insistir na mudança.
Os candidatos
Depois do vazamento de que o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) teria optado, primeiro, por Sildomar Abtibol (Pros) para presidir a CMM e, com a rejeição do nome deste, agora, pode lançar o novato e inexperiente Hiram Nicolau (PSD), os três pré-candidatos do PSDB (Ednailson Rozenha, Mário Frota e Plínio Valério) têm demonstrado pouca disposição em manter suas candidaturas. As apostas é que apareçam apenas três candidatos: os dois de Arthur e Professor Bibiano (PT), de oposição.
Independência maldita
A avaliação que os parlamentares da base aliada do prefeito Arthur Virgílio fazem na CMM é de que os três nomes do PSDB são independentes demais para ter a confiança do chefe do Poder Executivo. Sildomar já demonstrou lealdade a Arthur durante o processo eleitoral, quando assumiu a prefeitura interinamente nas ausências do prefeito. Mas como a rejeição ao nome dele é alta, Arthur estaria disposto a entregar o parlamento ao partido de Omar Aziz (PSD) em troca de apoio político e do controle da CMM. O prefeito parece não estar avaliando o risco que corre de levar um tombo.