Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirmou que vai provar que todo recurso que recebeu da Odebrecht durante a campanha para a Prefeitura de Manaus em 2012 foi legal. “Nós apresentamos provas de que toda contribuição que a empresa Odebrecht deu à campanha de 2012 está devidamente registrada na nossa prestação de contas, que foi aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral. Estou tranquila”, declarou a senadora, em entrevista ao ATUAL na tarde de sexta-feira, 18.
Essa semana, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin retirou da Lava Jato os nomes da senadora e do marido dela e presidente estadual do PCdoB, Eron Bezerra. No entanto, o processo em que os dois são citados seguirá no Supremo. Pesa contra eles a acusação de que Vanessa recebeu recursos da Odebrecht não contabilizados nas eleições de 2012.
Em delação premiada, o ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Luiz Reis, disse que teria recomendado uma doação de recursos à campanha de Vanessa em 2012 via caixa dois.
Segundo a senadora, ela e o marido já prestaram depoimento e apresentaram toda a documentação necessária para provar que o denunciante está mentido. Vanessa disse que Reis não apresentou prova alguma contra ela. “Estou muito tranquila nesse processo, porque eu já fiz depoimento, o (ex) deputado Eron já fez depoimento, a própria pessoa que disse que fez caixa dois já deu três depoimentos, e cada depoimento dele é um diferente do outro”, comentou Vanessa.
Campanha gorda
Em 2012, Vanessa fez uma campanha milionária, arrecadando doações que chegaram a R$ 13,4 milhões. A senadora passou para o segundo turno, mas acabou sendo derrotada por Arthur Neto (PSDB). Vanessa disse ser contra campanhas milionárias. A senadora criticou a proposta de financiamento público de campanha que prevê um fundo que pode chegar a R$ 3,6 bilhões.
Pedido do MPF
Fachin desvinculou a denúncia de caixa 2 contra Vanessa do âmbito da Lava Jato a pedido do MPF (Ministério Público Federal). Para o órgão, não há conexão entre os casos. “Muito embora o presente caso tenha se originado da colaboração de executivos da empresa Odebrechet, envolvida em desvios de recursos da Petrobras, os fatos aqui apurados não guardam, em princípio, nenhuma relação de conexão com os casos de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro investigados no âmbito da chamada Operação Lava Jato”, diz o despacho do MPF.
“Eu não deveria ter sequer sido incluída na Lava Jato. Isso é muito ruim para quem tem toda uma história de conduta ilibada, que procura agir de forma correta na política”, reclamou Vanessa.
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